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24 de mai. de 2024

Refugiados climáticos': em compasso de espera, gaúchos levam vida provisória em outros estados



Por Anna Luiza Barreto  CBN

— Rio de Janeiro


23/05/2024 06h35 Atualizado há um dia


Cidade de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, totalmente embaixo d'água. — Foto: Divulgação/Prefeitura de São Leopoldo


Em meio à tragédia que atinge o Rio Grande do Sul, gaúchos que precisaram deixar suas casas tentam levar uma vida provisória, fora do estado. Enquanto esperam a água baixar para conseguir voltar, os "refugiados climáticos" contam com a hospitalidade de amigos e parentes em diferentes cantos do Brasil.


É o caso da dona Marilei Goldoni e do marido Tadeu, que vivem há quase um mês em São Paulo, na casa da filha. Eles são moradores de Novo Esteio, na Região Metropolitana de Porto Alegre, e foram para a capital paulista comemorar o aniversário da neta. Por causa da enchente histórica, a viagem que duraria apenas uma semana, ainda não tem data para terminar.




“Saímos de manhã bem cedo, às seis horas, e estava começando a chover. Dia 30 intensificou, dia 1 inundou. Fechou o aeroporto, a rodoviária, tudo. Não tivemos mais possibilidade de voltar. E a nossa casa, primeiro piso, completamente inundada. Mais de dois metros de altura dentro de casa.”








Tadeu e Marilei moram há mais de 40 anos em Porto Alegre – e mesmo após a tragédia, não pretendem se mudar. O casal faz planos de voltar para a região de ônibus, quando a chuva der trégua, para reconstruir a casa e a vida.



“Nós só estamos ansiosos para voltar. Praticamente nós perdemos tudo porque nós não levantamos nada, simplesmente saímos tranquilos. Como nunca tinha entrado água em 42 anos... Não íamos imaginar que ia entrar agora. A nossa vida está lá. Todo o trabalho da nossa vida está lá. Mas se eu tivesse ficado, eu penso que eu podia ter feito alguma coisa, né? Salvo algum eletrodoméstico.”




Por outro lado, há quem não queira mais voltar para o Sul. Rafaela Cargnin morava no bairro Petrópolis, em Porto Alegre, e desde o dia 27 de abril mora em um apartamento provisório no Rio de Janeiro. A analista tinha alugado o local para passar férias na capital fluminense – e por causa das fortes chuvas, decidiu não mais sair.



"Então eu vim uma semana antes, eu vim dia 27 de abril, e até então a gente não tinha a dimensão de quão grande era a tragédia. Acho que o dia que mais eu caí na real foi na segunda-feira, foi dia 6. E foi aí que eu comecei, tipo, tá, não quero mais voltar para Porto Alegre. E foi aí que eu comecei esse planejamento, de começar a procurar um lugar aqui, não sentir mais vontade de voltar para lá."


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