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12 de mai. de 2024

Nível do Guaíba volta a subir e pode bater novo recorde; ruas de Porto Alegre estão vazias



Por Bruno Teixeira


12/05/2024 17h41 Atualizado há 47 minutos


Sacos de areia tentam conter a água em Porto Alegre — Foto: Anselmo CUNHA / AFP




Ruas de Porto Alegre estão desertas


As fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul fizeram com que o nível do Guaíba voltasse a subir neste domingo, em Porto Alegre. Medição realizada às 14h mostra que nível está em 4m63cm. O número de mortes confirmadas subiu para 143 neste domingo. Outras 131 pessoas estão desaparecidas, 806 feridas, e 446 municípios foram afetados, conforme o boletim da defesa civil



Apesar do recuo nos últimos dias, prognósticos apontam que as águas do Guaíba devem avançar ainda mais nos próximos dias.


Um Estudo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul indica que o Guaíba pode alcançar a marca de 5 metros e 50 centímetros, entre amanhã e terça-feira, ultrapassando o pico de 5m35cm.


As fortes chuvas também fizeram com que a Prefeitura de Canoas emitisse novos alertas de inundação de rios. A administração da cidade vizinha à Porto Alegre pediu também evacuação imediata de bairros já afetados.

Ruas de Porto Alegre continuam alagada — Foto: Anselmo CUNHA / AFP



Neste domingo, a reportagem da CBN circulou por pontos do Centro Histórico da Capital Gaúcha e presenciou ruas quase desertas e lojas com sacos de arreia nas portas.


Pontos tradicionais como a Praça XV de Novembro, o Mercado Público e a prefeitura seguem totalmente tomados pela água.

Centro de Porto Alegre alagado — Foto: Bruno Teixeira


Em um supermercado, moradores de um edifício da região fizeram fila para carregar o celular em tomadas do estacionamento. Lendo livros, conversando, ouvindo rádio, mais de 10 pessoas passaram algumas horas no estabelecimento para dar carga nos equipamentos.


O estudante Eduardo Cabral conta que ele e a família estão sem luz há oito dias:


'A gente estava carregando o celular na Catedral Metropolitana, mas aí faltou luz lá também. Então a gente está carregando tudo aqui nos mercados aqui ao redor. Agora voltou a luz em alguns lugares do centro. Estava uma escuridão, escuridão, escuridão. A gente voltava para casa no escuro com as lanternas de emergência. A gente carrega não só o celular, mas com as lanternas de emergência do próprio prédio', disse o estudante.


Já o advogado Cássio Barbosa conta que os moradores do prédio onde ele mora passaram a se revezar em tarefas. O local foi invadido pela água e há temor que seja alvo de saques. Em uma sacola, ele transportava mais de cinco celulares para serem carregados: 'Demora para carregar, geralmente eu vou em uma pet shop, mas geralmente são duas horas. Pelo menos de duas a três horas para carregar. Tem muita coisa. Tem muito celular', disse.


o, moradores de um edifício da região fizeram fila para carregar o celular em tomadas de um supermercado — Foto: Bruno Teixeira


Cerca de 98 mil pessoas estão sem energia elétrica em Porto Alegre, de acordo com balanço divulgado pela concessionária CEEE Equatorial.


Além da falta de água e Luz, há também reclamações sobre o preço de itens como gás de cozinha pelas revendedoras. Moradora do Centro há mais de 10 anos, Vera Soares reclama que o preço do botijão subiu quase 60 reais nos últimos dias.


'Está difícil. É falta de gás, é falta de água...É assim, o gás é um roubo, um assalto. Ontem eles estavam vendendo aqui, na Salgado Filho, o gás que custa R$ 120, eles estavam vendendo R$ 160, R$180', disse..


Apesar dos relatos de saques e assaltos, houve reforço no policiamento na região. A reportagem da CBN registrou a presença de policiais militares, guardas municipais e agentes da Força Nacional pelas ruas do bairro.

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