Fotos: Reprodução CIDADE VERDE
Por Adriana Magalhães
O mototaxista Antônio Francisco, de 50 anos, suspeito de ter matado a esposa Luana Alves da Silva, de 30 anos, na presença dos três filhos, se apresentou nesta terça-feira (28) à polícia. O crime aconteceu no último dia 19 de maio, no bairro Nova Brasília, na zona Norte de Teresina. Ele estava foragido desde o dia do crime.
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O advogado do suspeito, Udilisses Bonifácio, acompanhou o cliente à sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), onde foi cumprido o mandado de prisão preventiva que havia em aberto contra ele.
Segundo o advogado, o cliente se manteve em silêncio, mas se mostrou arrependido do crime. "Eu estava fora da cidade, por isso ele ainda não havia se apresentado, porque aguardava a minha chegada. Durante todos esses dias mantivemos contato telefônico e ele se mostrou choroso e arrependido pelo fato", disse
A delegada Nathalia Figueiredo, do Núcleo de Feminicídio do DHPP, informou que, após ouvir as testemunhas, ficou muito claro que Antônio Francisco é o autor do crime.
"Ouvimos todas as testemunhas, inclusive o filho de 12 anos que presenciou essa tragédia. Ele foi ouvido na presença de um responsável e explicou como tudo aconteceu. A vítima tinha uma vida muito reservada, mas as pessoas ouvidas disseram que ela apresentava sinais de que sofria algum tipo de violência, física ou psicológica. Por isso, chamamos a atenção: ao menor sinal de violência, termine o relacionamento e registre a ocorrência", destacou.
De acordo com a investigação, o suspeito teria chegado em casa sob efeito de bebida alcoólica e o casal teria iniciado uma discussão. Antônio Francisco teria usado uma faca da cozinha da residência, que dividia com a família, para matar a esposa. Ele desferiu quatro facadas contra Luana, que morreu no local. As crianças, de 12 anos, 6 anos e 1 ano, presenciaram o crime. Segundo as testemunhas, o de 12 anos teria deixado a casa com a irmã menor no colo e pedido ajuda aos vizinhos.
"Os vizinhos disseram que não tentaram contê-lo, estavam mais preocupados em prestar ajuda às crianças e à vítima, que, pela gravidade dos ferimentos, acabou morrendo no local", explicou a delegada. As testemunhas disseram à polícia que, antes de fugir da residência, o mototaxista discutiu com vizinhos e proferiu ameaças.
O perfil violento do suspeito já havia sido relatado pelos vizinhos ao Cidadeverde.com. Antônio Francisco responde a um processo iniciado em 2017 por violência doméstica. O processo está em segredo de Justiça, mas a reportagem apurou que ele teria agredido uma ex-companheira.
A delegada que investiga o caso aponta a vida social de Luana como um dos motivos das constantes brigas entre o casal. "Por conta da opção religiosa, ela tinha uma vida social, estava inserida no seio da comunidade, e isso o deixou inseguro e pode ter contribuído para que ele cometesse o crime", finalizou Nathalia Figueiredo.
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