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1 de mai. de 2024

Morte de Ayrton Senna completa 30 anos: 'nenhum domingo foi o mesmo'



Por Leonardo Dahi


27/04/2024 07h38 Atualizado há 5 horas


Ayrton Senna (Foto: Reprodução) — Foto: CBN

Morte do piloto brasileiro Ayrton Senna completa 30 anos na próxima quarta-feira


A voz no áudio da matéria é de Luis Roberto de Múcio. Hoje narrador da TV Globo, ele estava no Autódromo de Ímola naquele dia 1º de maio de 1994 para narrar o Grande Prêmio de San Marino pela Rádio Globo e pela CBN. Naquele instante Luis observava, sem saber, a última vez em que Ayrton Senna cruzou uma linha de chegada.


A empolgação com o bom início de corrida do piloto brasileiro cobria um fim de semana já trágico em San Marino.


Na sexta, Rubens Barrichello sofreu um grave acidente com a sua Jordan; no sábado, a Simtek do austríaco Roland Ratzenberger se chocou com um muro a mais de 300 quilômetros por hora.



Oito minutos depois de dar entrada no hospital, Ratzenberger foi declarado o primeiro piloto a morrer em uma prova oficial de Fórmula 1 desde o Ricardo Paletti no Canadá em 1982.


As tragédias de Ratzenberger e Senna, separadas por 24 horas, acabaram com toda a sensação de segurança criada pelos 12 anos sem acidentes fatais nas corridas da categoria.


Dino Altmann, presidente da Comissão Médica da Federação Internacional de Automobilismo, lembra que, apesar de avanços em anos anteriores, os carros da época ainda deixavam os corpos dos pilotos expostos em caso de acidente.


Senna carregava em Ímola o prejuízo de ter abandonado as duas primeiras corridas do ano, ambas vencidas por um jovem veloz de nome Michael Schumacher.


Essa busca pela reação conduzia o lado artístico da transmissão de Luis Roberto até a sétima volta, quando Senna entrou na curva Tamborello a mais de 300 quilômetros por hora e logo em seguida se tornou praticamente um passageiro da sua Williams.


Restou ao tricampeão mundial acionar os freios e desacelerar até os 208 quilômetros registrados no choque com o muro.




Trinta anos depois o acidente ainda não foi elucidado por completo




Sabe-se que a barra de direção, soldada de improviso para adequar o volante ao estilo de pilotagem do brasileiro, quebrou, mas esta pode ser uma causa ou uma consequência da batida.


Certo mesmo é que a desaceleração provocada pelo choque com o muro, a perfuração do capacete pela barra de direção quebrada e o choque da cabeça de Senna com a proteção da parte traseira do cockpit criaram uma combinação que vitimou o piloto imediatamente, às 2h17 da tarde no horário local.


Mesmo assim, a corrida foi retomada enquanto Senna voava por 50 quilômetros até o hospital Maggiore, em Bolonha, onde ele seria declarado morto somente às 18 horas e 40 minutos locais.



Por telefone, Luis Roberto intermediou a conversa entre a doutora Maria Teresa Fiandri, chefe da equipe média do Maggiore, e o narrador Oscar Ulisses, que ancorava a cobertura nos estúdios do Sistema Globo de Rádio em São Paulo.


Cerca de 250 mil pessoas foram ao velório em São Paulo: para Ivan Martinho, professor de pós-graduação em marketing esportivo na ESPM, consolidava-se ali a mitificação da figura de Ayrton.


A Fórmula 1 do chefão Bernie Ecclestone deixou Ímola sob muitas críticas pelas mudanças de regulamento que barraram mecanismos eletrônicos de controle e estabilidade dos carros.


Para Dino Altmann, foi a partir dali que o trabalho do doutor Sid Watkins, então presidente da comissão médica da FIA, ajudou a revolucionar a segurança da categoria.


Além da segurança reforçada nos carros e nos equipamentos, a Fórmula 1 também reforçou os cuidados com as pistas com áreas de escape, barreiras de proteção e redução de velocidade em curvas como a própria Tamborello, que já havia assistido acidentes de Nelson Piquet em 87 e de Gerhard Berger em 89.


Nesses 30 anos, a única vítima fatal da Fórmula 1 foi o francês Jules Bianchi, morto em 2015 após um choque do seu carro com um trator na corrida do Japão ainda em 2014.


Ficou no passado a atmosfera que Luis Roberto testemunhou em Mônaco duas semanas após a tragédia de Ímola.


Para o bem e para o mal, nenhum domingo foi o mesmo depois de 1º de maio de 1994.

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