Por Adriana Magalhães
A família do servente de pedreiro, Daniel Alisson da Costa Silva Pereira, 22 anos, denunciou o delegado Arthur Barros Leal à Corregedoria da Polícia Civil, por suspeita de atropelar em Daniel na última sexta-feira (10), na avenida Raul Lopes, zona Leste de Teresina, por volta das 18h. O delegado estava conduzindo um carro, supostamente embriagado, que teria invadido a faixa em que Daniel guiava sua motocicleta. A Corregedoria deve instaurar um Processo Administrativo Disciplinar.
Daniel e um amigo retornavam do trabalho, em uma motocicleta, quando foram colhidos pelo veículo do delegado, nas proximidades da Ponte Estaiada. As vítimas foram socorridas pelo Serviço Médico de Urgência (Samu) e encaminhados ao Hospital de Urgência de Teresina (HUT). O amigo já teve alta, mas Daniel segue em estado grave.
Além do processo administrativo disciplinar na corregedoria, a delegacia de trânsito também está investigando o acidente, para determinar o envolvimento de cada uma das partes.
Até o momento, o delegado permanece exercendo suas atividades no 9° Distrito Policial em Teresina (Mocambinho), onde está lotado.
Ao longo da investigação as partes serão ouvidas e o delegado pode ser afastado de suas funções.
"Vamos abrir um processo disciplinar para apurar os fatos. Nesse processo há espaço para o contraditório e a ampla defesa. Vamos ouvir as partes para colher informações. O afastamento cautelar é uma possibilidade ao logo do processo. E pode acontecer se o delegado colocar em risco a investigação, coagir testemunhas ou mesmo se a comissão entender que ele deve ficar, inteiramente, à disposição da comissão", explicou o corregedor interino da Polícia Civil, Sebastião Escórcio.
Foto: Adriana Magalhães / Cidadeverde.com
O afastamento cautelar tem duração de 60 dias e pode ser prorrogável por igual período. Se afastado das funções, o delegado deve entregar à corregedoria a sua arma, seu distintivo e sua identidade funcional.
Vítima internada no HUT
A família do ajudante de pedreiro disse que ficou chocada com a informação de que Daniel teria sido atropelado por um delegado. A família foi informada do acidente por uma assistente social do HUT.
"Como ele demorou a chegar, e não era costume dele, ficamos ligando e nada dele atender ao telefone. Até que por volta das 20h, minha mãe ligou, uma assistente social do HUT atendeu e informou que ele tinha sido vítima de um acidente de trânsito e estava em estado grave", disse Walcyr Gabriel Rocha Santos, irmão de Daniel.
A mãe do jovem disse que seu foco, neste momento, é a saúde de seu filho.
Daniel permanece internato no HUT, em coma induzido. Segundo sua mãe, Andrelina da Costa Silva Pereira os médicos vão começar a retirar a sedação para ver como o jovem reage.
Foto: Adriana Magalhães / Cidadeverde.com
"O meu filho não perdeu a perna como estão dizendo. O problema é a cabeça dele. Ele teve hemorragia e foi colocado em coma induzido. Agora eles vão retirar a sedação para ver como ele reage e se deixou sequela. Eu não quero saber de delegado, de acidente. Eu quero meu filho. Eu quero que Deus permita que ele volte para gente", pediu.
Fonte cidade verde
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