Por Yala Sena
Auditoria realizada pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado) constatou desorganização financeira e falta de planejamento nas gestões de 2023 e 2024 da Fundação Municipal de Saúde (FMS).
O resultado da auditoria foi apresentado à imprensa hoje (2) pelo presidente do TCE, Kennedy Barros e a coordenadora da auditoria, Geysa Elane Sá.
A Fundação Municipal de Saúde (FMS) enviou nota sobre o assunto. Confira no final desta reportagem.
A inspeção que durou dois meses constatou que a Fundação Municipal de Saúde não sabe o que está devendo e o valor de recursos que precisa para se manter. O relatório revela ainda que a Fundação não sabe para onde destinou os R$ 17 milhões recebidos de emendas parlamentares. O orçamento da Saúde é de R$ 1,6 bilhão e 54% dos recursos foram remanejados.
Veja as principais falhas constatadas:
- Desconhecimento da FMS quanto as reais necessidades de insumos de suas unidades, bem como demora no atendimento às solicitações. (deu prazo de 180 dias para apontar soluções)
- Pagamentos indenizatórios e de despesas de exercícios anteriores de fornecedores sem seguir ritos; (prazo de 90 dias para resolver)
- Locação de imóveis por período superior ao que seria economicamente vantajoso; (prazo de 180 dias)
- Pagamento de fornecedores sem ordem cronológica de pagamento, contrariando princípio da isonomia;
- Realização de dispêndios sem atendimento as etapas de despesas públicas; (90 dias)
- Desequilíbrio financeiro, não sabem as demandas de pagamentos;
- Estrutura organizacional não é compatível com a organização disponibilizada pela FMS;
O presidente do TCE, Kennedy Barros, disse que o tribunal deu prazos de até 180 dias para a correção das falhas e busca soluções.
“Temos que ir nas causas, a auditoria não visa buscar culpados, mas a gestão pública precisa de planejamento e controle para otimizar os recursos para a população não ser penalizada”, disse Kennedy Barros.
A auditora Geysa Sá informou que a auditoria na fundação inspecionou a 16 de janeiro de 2023 a 16 de março a 2024. Segundo ela, existem oito auditorias em andamento no TCE investigando a folha de pagamento dos servidores da prefeitura, gestão de 11 unidades de saúde e outras demandas.
Geysa explicou que foram constatadas falhas de planejamento, na estrutura organizacional e desorganização administrativa.
“Sem o planejamento correto não temos como saber as prioridades e não atingem as metas. A Fundação não registra sua gestão contábil de acordo com o Tesouro Nacional e há uma confusão contábil. A Fundação não sabe a demanda de pagamento, o que é preciso se manter e o que está devendo”, disse Geysa Sá.
Nota da FMS
A Fundação Municipal de Saúde informou que a auditoria do Tribunal de Contas do Estado teve início no período da posse da nova gestão. "Algumas demandas apontadas já foram implementadas e outras estão em andamento. Novos questionamentos serão respondidos no processo dentro do prazo legal", disse nota.
Geysa Sá ressaltou que apresentou o resultado da auditoria no último dia 19 de abril para a direção da FMS e que o presidente da Fundação Municipal de Saúde, Ítalo Costa, foi bem receptivo, disse que estava recém empossado e prometeu resolver as falhas apontadas.
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