O Santos jogará a segunda divisão pela primeira vez em sua história, mas, a julgar pelo seu desempenho nos primeiros meses de 2024, não terá dificuldades para voltar à Série A do Campeonato Brasileiro.
Foto - Raul Baretta/ Santos FC
Isso ficou ainda mais evidente pela atuação diante do Palmeiras, atual bicampeão brasileiro e paulista.
Sob os olhares de Neymar, que entrou em campo na Vila Belmiro com a taça que será entregue ao campeão, o time de Fábio Carille dominou o primeiro clássico da final e largou em vantagem na decisão do Paulistão ao ganhar por 1 a 0.
Foi do venezuelano Otero o gol que garantiu a vitória do Santos e deu à equipe alvinegra a vantagem do empate no jogo de volta, na semana que vem, quando será conhecido o campeão paulista deste ano.
A seu favor, o Palmeiras, que viu cair sua invencibilidade no torneio, terá o Allianz Parque lotado, mas precisa ganhar por ao menos dois gols de diferença para erguer a taça pela terceira vez seguida, feito que não acontece desde 1934. Caso vença por um, o título será decidido nos pênaltis.
Curiosamente, nos dois anos anteriores em que levantou a taça do Estadual, o time de Abel Ferreira perdeu o jogo de ida contra São Paulo e Água Santa.
O Santos fez Neymar e mais de 15 mil torcedores felizes na Vila Belmiro. Foi competitivo como tem sido e dominou o Palmeiras durante a maior parte da partida. No primeiro tempo, teve mais volume de jogo, empurrou o rival para o campo de defesa e chegou com perigo em arremates de fora da área.
A virtude do Palmeiras foi se defender bem e fazer uma leitura tática inteligente nos primeiros 45 minutos. Inteligente não foi Flaco López na única chance de gol que os visitantes criaram na etapa inicial.
Artilheiro da competição, o argentino ficou na cara do gol após assistência de Endrick, mas parou no goleiro João Paulo quando poderia tentar uma finalização por cobertura.
O Santos voltou ainda melhor do intervalo e foi premiado aos dois minutos, quando Guilherme fez o que quis com Marcos Rocha e cruzou na cabeça de Otero, que apareceu sozinho na pequena área e mandou para as redes.
Ficou claro, pelo gol, que o caminho para a vitória santista era explorar as vulnerabilidades dos laterais palmeirenses. Marcos Rocha, veterano frágil defensivamente, e Piquerez, em péssima fase, foram dois dos piores em campo.
Abel Ferreira, que não raro tira os jogadores de suas posições originais e improvisa conforme o adversário, continua usando Mayke improvisado de ponta e fez Raphael Veiga virar volante.
Endrick, longe do gol, tinha que buscar a bola e até chegou a armar as jogadas, tamanha a passividade do meio-campo palmeirense.
Esse cenário foi favorável ao Santos, que superou suas limitações técnicas e, empurrado pela torcida, encurralou o poderoso rival, mostrando que, embora um esteja na elite do futebol brasileiro e o outro na segunda divisão, a disparidade entre as equipes em campo não é grande.
Inquieto à beira do gramado, o técnico português tirou Endrick, substituição que já estava programada devido às dores na coxa que incomodam o jovem atacante desde o duelo contra a Espanha, em Madri.
Entrou em seu lugar Lázaro. Rony e Richard Ríos também foram a campo e deixaram o time mais veloz e perigoso.
Mas João Paulo salvou o Santos nas finalizações de Rony e Lázaro e na bobeada de Felipe Jonathan, que quase marcou contra. O goleiro foi personagem central no triunfo do Santos, que está perto de conquistar seu primeiro título em oito anos.
Fonte: Estadão Conteúdo
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