Por Pedro Bohnenberger
20/04/2024 06h50 Atualizado há 53 minutos
Idoso levado morto a banco no Rio estava vivo ao sair de casa, mas inconsciente, diz delegado — Foto: Reprodução
O idoso Paulo Roberto Braga, de 68 anos, que morreu na última terça-feira e foi encontrado com a sobrinha numa agência bancária, vai ser enterrado na manhã de hoje. Os ritos finais foram organizados pela Secretaria de Assistência Social da prefeitura do Rio. O sepultamento está marcado para às 11h30, no cemitério de Campo Grande, na Zona Oeste, bairro vizinho a Bangu, onde Paulo morava.
Nesta sexta, a Polícia Civil do Rio concluiu que o idoso chegou morto à agência bancária acompanhado da sobrinha, Erika de Souza Vieira Nunes, que tentava sacar o dinheiro de um empréstimo na última terça-feira. De acordo com a TV Globo, a investigação quer agora entender o que aconteceu dentro do carro de aplicativo que os levou até o shopping próximo do banco.
Em depoimento, o motorista Daniel Esteves de Brito Neto contou que Paulo foi colocado no banco traseiro do veículo. No entanto, as imagens de câmeras de segurança do estacionamento do shopping mostram o idoso no banco da frente. Daniel Esteves ainda afirmou que Paulo teve o reflexo de segurar a porta do carro quando estava sendo retirado do veículo, mas a gravação mostra o homem aparentemente inerte.
O laudo da necropsia aponta que a morte foi causada por broncoaspiração de conteúdo estomacal e falência cardíaca. Outra questão que a investigação quer é entender é como se deu o processo de broncoaspiração, que normalmente é acompanhado de fortes tosses. A hipótese de "tio Paulo" ter morrido durante o trajeto entre a casa dele e o centro comercial não está descartada. Ainda de acordo com a TV Globo, a polícia quer ouvir novamente o motorista de aplicativo.
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O idoso morreu um dia após ter alta da UPA de Bangu, na Zona Oeste, onde ficou sete dias internado com pneumonia. O documento da alta atesta que ele deixou o hospital ainda com quadro de taquicardia, baixa saturação, fraqueza na fala e dificuldade de engolir.
O exame do Instituto Médico Legal confirma que, por essas razões, o corpo apresentava sinais de estar debilitado e desnutrido, e aponta que pode haver relação entre a morte e a doença prévia.
A Fundação Saúde, que administra a UPA de Bangu, vai abrir uma sindicância para apurar se houve falha no atendimento a Paulo Roberto e na alta.
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