Por Anna Luiza Barreto
CBN
20/04/2024 06h00 Atualizado há uma hora
Coxinha — Foto: Pixabay
Comer um sanduíche ou um salgado fora de casa ficou mais caro nos últimos meses, o que tem levado muita gente a mudar os hábitos. Segundo o IBGE, o preço do lanche teve uma alta de 6,19% nos últimos 12 meses até março. Já a inflação no mesmo período subiu menos de 4%.
Com o aumento, o cafezinho com pão de queijo na lanchonete perto do trabalho, um açaí antes do treino ou a coxinha pra segurar a fome até o jantar estão pesando mais no bolso. No final do mês, o gasto, que parece pequeno, impressiona.
"Ora é o lanche da tarde na rua, ora é o lanche que substitui uma janta à noite pra minha filha, ora é um lanche no final de semana pra família toda. Enfim, eu consegui gastar, dentro de um mês, R$1.200 em lanche. Acaba pesando porque esse cafezinho com pão com ovo aqui, por exemplo, vai custar mais ou menos R$26", conta a corretora de planos de saúde Rosenilda Santos.
De todos os grupos e produtos que compõem a inflação, a alimentação foi a que mais se destacou, com alta de 0,53% em março. Enquanto comer em casa ficou mais barato, a alimentação na rua ficou mais cara e a categoria "lanches" foi a que teve a maior variação, com alta de 0,66%.
Quem come fora já percebeu o aumento. "Tomar um café, um pãozinho com queijo, tá saindo quase o mesmo preço do que um almoço, um prato feito, por exemplo. Geralmente eu tomo um cafezinho só, um pão de queijo com as coisas mais baratas. Não deixo de lanchar, mas diminui os gastos", explica a publicitária Mariana Diniz.
Só para trazer alguns exemplos, um hambúrguer numa grande rede de lanchonetes, que custava, em média, R$ 29 no ano passado, agora está R$ 35 no Rio. Em outra grande cadeia, o combo com 10 esfirras passou de R$ 20 para R$ 28. E o tradicional copo de 10 pães de quejo em uma marca de lanchonetes subiu de R$ 20 para R$ 21.
Para o economista e pesquisador da FGV André Braz, é esperado que a alimentação fora de casa tenha uma inflação maior do que a média, porque sofre a influência da demanda aquecida por conta do mercado de trabalho em crescimento e do desemprego em queda. "A parte de bares, restaurantes, lanchonetes tem acumulado um aumento acima da inflação média. E como o mercado de trabalho anda aquecido, isso vem sustentando uma demanda cada vez maior por esse segmento. Então, mesmo sendo mais caro do que comer em casa, porque é uma prestação de serviços, você tem que remunerar os insumos utilizados no preparo desses alimentos, a energia, o gás, a mão de obra, o aluguel do estabelecimento comercial, tudo isso acaba fazendo parte da composição de custos", detalha.
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