Por Ana Carolina Tomé
— Brasília
13/04/2024 12h20 Atualizado há 4 horas
Elon Musk. — Foto: Foto: Clauber Cleber Caetano/PR
Em meios aos ataques do dono do X -- Elon Musk -- ao ministro do STF Alexandre de Moraes e ao presidente Lula, a Secretaria de Comunicação da Presidência da República decidiu suspender novas campanhas de publicidade com a rede social. A orientação é impedir publicidade em canais que promovem fake news.
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Segundo dados do Portal da Transparência, o governo destinou, entre janeiro do ano passado e abril deste ano, R$ 654 mil reais para impulsionar publicações de utilidade pública e ações federais na rede social controlada pelo bilionário.
Nos últimos dias, Musk tem usado a plataforma para criticar o ministro Alexandre de Moraes e o presidente Lula. Nas mensagens, ele ameaça descumprir decisões do STF. Sem citar Musk, Lula tem respondido às investidas do bilionário. O presidente afirmou que extremismo abre espaço para que o empresário, que "nunca produziu um pé de capim no país", ouse falar mal da Corte brasileira.
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Ontem, o presidente Lula criou um perfil na rede social Bluesky, concorrente do X, mas não deixou de fazer postagens na rede social. O cientista político André Rosa avalia que a tensão não envolve apenas o Planalto e o empresário bilionário, mas tem relação com o bolsonarismo que ainda é uma pauta para o governo:
"Do ponto de vista da ciência politica, é inadmissível um empresário de qualquer nação interferir nas leis brasileiras. O que o Elon Musk faz é criar tensão entre as instituições, fazendo com que o bolsonarismo que é forte (o ato da paulista mostra isso) cresça. Não é briga entre o planalto e grandes empresários, é uma briga com o bolsonarismo. O problema não é o Musk é o coro que ele faz à militância bolsonarista que pode crescer no país."
Em meio às ameaças de Elon Musk de descumprir ordens judiciais no país reativando perfis bloqueados pela justiça brasileira, o diretor jurídico da empresa no Brasil, advogado Diego de Lima Gualda, renunciou ao cargo.
Na última terça-feira, Alexandre de Moraes negou o pedido do X no Brasil para que a responsabilidade por eventual desobediência fosse atribuída ao X internacional. O argumento usado pela defesa foi de que o escritório da gestão no país não teria capacidade de interferir na administração e operação da plataforma e nem de tomar decisões relativas ao cumprimento de ordens judiciais. Moraes, no entanto, rebateu dizendo que a defesa beirava a litigância de má-fé, já que em outros momentos a plataforma se submeteu a determinações judiciais brasileira.
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