Foto: Arquivo/Cidadeverde.com
Por Rebeca Lima
O Piauí tem 43.877 pessoas vivendo em áreas de risco, segundo dados do Serviço Geológico do Brasil (SGB), antiga CPRM, coletados até o dia 25 de março. De acordo com o diretor de Prevenção e Mitigação da Defesa Civil Estadual, Werton Costa, grande parte desses locais surgiram com a ocupação urbana.
“Geralmente, essas áreas de risco não são naturais; elas foram historicamente construídas pelo povoamento, sem o devido planejamento urbano. Então, nós nos deparamos com situações de drenagem insuficiente ou deficiente, de áreas profundamente impactadas, impermeabilizadas, mas nos deparamos também com populações economicamente vulneráveis, marginalizadas, que ocupam aquelas áreas mais insalubres e perigosas”, pontuou.
Entre os municípios com maior número de áreas de risco está Teresina, seguido de Campo Maior, Picos, Palmeirais, Buriti dos Lopes, Barras, União, Uruçuí, Esperantina e Itainópolis.
Fonte: SGB
Em relação à capital, Werton Costa pontua que todas as zonas apresentam algum problema ou deficiência de escoamento que potencializa os efeitos da chuva. Ele reforça ainda que um mapa de risco detalhado de Teresina, criado pela Defesa Civil Estadual e Municipal, deve ser lançado este ano.
“Teresina é a capital, é a área densamente modificada pelo homem, extremamente impermeabilizada, então quando chove, e os riscos estão associados à chuva, você tem verdadeiras enxurradas que se formam sobre Teresina. Então Teresina tem área de risco em todas as zonas ou regiões; na faixa Sudeste, a Vila Boomerang, o Pedro Balzi; na faixa Sul, a região do Torquato Neto, do Parque Rodoviário, Vila da Paz; na Leste, você tem o Satélite e no Norte, o Mafrense, Boa Esperança e tantas outras. A Defesa Civil do estado, em parceria com a Defesa Civil do município, vai refinar o mapeamento para que a gente tenha, ainda este ano, o mapa mais preciso de risco da capital”, destaca.
Foto: Renato Andrade/Cidadeverde.com
Ainda para 2024, o diretor ressalta a finalização da construção do Plano Estadual de Proteção e Defesa Civil, que irá incluir políticas de proteção à população vulnerável, como idosos e crianças, e um atlas completo com os mapas das áreas de risco do estado.
“O Plano Estadual de Proteção e Defesa Civil está em construção porque ele é feito em paralelo com o plano nacional. Esse plano teve várias etapas, primeiro da participação institucional e depois da parte social. Nós ouvimos os movimentos sociais e agora vamos incluir o fator da inclusão no plano, incorporando todos os preceitos legais protetivos das minorias. Então, nós teremos no plano a proteção integral ao idoso nas áreas de risco, à pessoa com deficiência, e proteção legal à infância. Até o final do ano, esperamos ter o plano construído e a minuta do atlas, um subproduto produzido em parceria com o IFPI, que qualquer pessoa da sociedade poderá acessar com os mapas que irão embasar o plano”, complementou Werton Costa.
Foto: Ascom/SEDEC
Previsão de chuva para as próximas semanas
Sobre a previsão do tempo para as próximas semanas, Werton Costa explica que o cenário será de chuvas pontuais com o encerramento do período chuvoso.
“Um novo fenômeno deverá ocupar o campo de influência do clima, que será a La Niña. O El Niño morre, a La Niña surge e cria todo um cenário de incerteza sobre como será o comportamento da atmosfera, do céu nos próximos meses. Por enquanto, temos chuvas, essas chuvas devem continuar até meados de abril, mas já estamos na curva descendente, já estamos no momento de queda, de encerramento do período chuvoso e, infelizmente, um período chuvoso irregular. As chuvas de abril serão pontuais”, diz.
O diretor alerta ainda para os riscos de chuvas torrenciais na região Norte e Centro-Norte do Piauí.
"As chuvas de abril serão pontuais, porém chamam atenção, e isso é um alerta emitido pela Defesa Civil: embora essas chuvas não ocorram em todos os municípios, elas podem assumir a feição de pancadas violentas, de chuvas torrenciais. Neste momento, nosso olhar se foca em Teresina, território dos cocais, territórios dos carnaubais e planície litorânea”, finaliza.
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