Por Redação
— Rio de Janeiro
15/03/2024 06h11 Atualizado há uma hora
Ex-presidente Jair Bolsonaro. — Foto: Ton Molina/Fotoarena/Agência O Globo
O general Freire Gomes, ex-comandante do Exército, afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro apresentou, em uma reunião com comandantes das Forças Armadas, hipóteses para dar um golpe de Estado.
A afirmação foi feita em depoimento de sete horas à Polícia Federal, ao qual a comentarista da CBN Bela Megale teve acesso.
No encontro, segundo Freire Gomes, Bolsonaro detalhou a possibilidade de decretar Garantia da Lei e da Ordem, Estado de Defesa ou Estado de Sítio, em relação ao resultado das eleições que deram a vitória ao presidente Lula.
Ao detalhar uma das reuniões, o general disse que esteve no Palácio da Alvorada em 7 de dezembro de 2022, a convite do então ministro da Defesa, Paulo Sergio Nogueira.
Freire Gomes disse que não sabia a pauta do encontro, que ocorreu na biblioteca. Nesta reunião, o militar relatou que o assessor especial da Presidência Filipe Martins leu os 'fundamentos jurídicos' da minuta de decreto do golpe.
O texto sacramentava a tentativa de implantação de um regime de exceção com expressões comumente utilizadas pelo então presidente Bolsonaro, como 'jogar dentro das quatro linhas'. Freire Gomes declarou ainda que o ex-presidente informou aos presentes que o documento estava em estudo e que depois reportaria a evolução aos comandantes.
Em um segundo encontro relatado por Freire Gomes, o general disse que Bolsonaro apresentou uma versão do documento com uma 'Decretação do Estado de Defesa'. A intenção era criar uma comissão para apurar a 'conformidade e legalidade do processo eleitoral'.
Neste encontro estavam presentes os três comandantes das Forças Armadas e o então ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira.
Naquele momento, Freire Gomes disse ter adotado postura contundente contra a proposta golpista, posição que teria sido acompanhada pelo brigadeiro Baptista Junior, da Aeronáutica. Paralelamente, porém, ele disse se recordar que o almirante Garnier, da Marinha, teria se colocado à disposição do presidente da República.
Ao ser confrontado com a minuta encontrada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, Freire Gomes disse que, de fato, se tratava do mesmo conteúdo discutido com Bolsonaro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário