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20 de mar. de 2024

Embaixador diz que Brasil é um dos únicos países com capacidade de diálogo com todas as maiores economias do mundo



Por Rayssa Cerdeira

— Rio de Janeiro


20/03/2024 13h08 Atualizado há uma hora


Estados-membros da ONU. — Foto: Wikimedia Commons


O embaixador Mauricio Lyrio, secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty e coordenador da trilha de Sherpas -- de negociadores -- do Brasil no G20, defendeu que o país é um dos únicos com capacidade de diálogo com todos os atores do grupo de maiores economias do mundo. Lyrio também ressaltou que o fórum se tornou mais importante de discussões entre as principais potências globais. A declaração foi dada nesta quarta-feira (20), no primeiro debate do projeto “G20 no Brasil”, uma iniciativa da CBN e dos jornais O Globo e Valor. O encontro, no Rio de Janeiro, discutiu o tema “A agenda brasileira e a capacidade de gerar consensos”.









Neste ano, o Brasil ocupa a presidência rotativa do grupo e irá receber, em novembro, a Cúpula de Chefes do Estado, na capital fluminense. O embaixador falou sobre as prioridades da presidência brasileira do G20 - o combate à fome e às desigualdades, a transição energética e a reforma da governança global - e defendeu que o Brasil tem ‘virtudes’ que habilitam o país a construir consensos. Ele também destacou que o papel da Organização das Nações Unidas é central, mas explicou que a própria organização enfrenta dificuldades em lidar com consensos em momentos de crise, como o atual, com conflitos internacionais em curso:



“O G20 é um foro central para manter a diplomacia e o diálogo mesmo em momentos de crise, como vivemos hoje. É preciso ter instituições fortes para manter a paz no mundo e sabemos que essa missão não tem sido desempenhada a contento, então é preciso reforçar a ONU. Na busca por esse consenso, Brasil também vai usar sua credibilidade de país que consegue chegar a consensos. Brasil é privilegiado. É um dos únicos países que tem capacidade de diálogo com todos os atores. Essa posição do Brasil de ter êxito em programas sociais e ao mesmo tempo das credenciais climáticas, essas virtudes que o Brasil tem, habilitam o país a construir consensos.”




Já o professor de relações internacionais da FGV Oliver Stuenkel ressaltou que a tendência é que as tensões aumentem nos próximos anos, o que torna o cenário geopolítico atual extremamente desafiador:



“Não dá para fingir que os conflitos geopolíticos não existem. Me parece que a invasão da Ucrânia não é singular, mas sim reflexo de um sistema multipolar. Estamos falando de um mundo em que não teremos apenas uma grande guerra, mas várias, localizadas. Alcançar uma declaração final hoje é muito mais difícil que há cinco anos. Estamos muito perto de termos o primeiro G20 sem uma declaração final.”





A diretora de Infraestrutura, Transição Energética e Mudança Climática do BNDES, Luciana Costa, afirmou que o Brasil tem interesse em uma transição energética mais rápida, mas pontuou que é necessário atrair países como Índia e China - que caminham em direção oposta - para um movimento global em busca de uma energia mais sustentável.


Para ela, consensos e ações práticas da presidência brasileiro do G20 em relação a energia sustentável devem vir com investimento em fundos.


O ex-embaixador do Brasil na China e conselheiro internacional do Centro Brasileiro de Relações Internacionais, Marcos Caramuru, também participou da mesa. Para ele, o mundo "está num processo de transição profundo, cujo futuro é imprevisível". Caramuru afirmou que o G20 é um foro de concertação em um contexto em que as organizações internacionais perderam força.


O primeiro debate do projeto “G20 no Brasil” também discutiu o tema “O que a sociedade espera do Brasil: prioridades, desafios e parcerias”, em uma segunda mesa, com a participação de Helena Nader, sherpa do Science20, o S20, grupo de engajamento que reúne as academias de ciência do G20; Constanza Negri, sherpa do B20, fórum que reúne a comunidade empresarial global; Henrique Frota, diretor da ABONG e presidente do C20, ligado à sociedade civil; e Beatriz Mattos, coordenadora de pesquisa da plataforma Cipó, liderada por mulheres e dedicada a questões de clima, governança e paz.

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