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22 de mar. de 2024

COP 30: Belém faz obras para conferência global; entenda planejamento e desafios até 2025



Por Marcella Lourenzetto


22/03/2024 13h16 Atualizado há uma hora

Obras para COP 30 se espalham por Belém — Foto: Marcella Lourenzetto / CBN




Nas ruas de Belém, o assunto COP ainda está chegando aos poucos no ouvido da população. Já as autoridades que integram o comitê da COP 30 estão com os preparativos a todo o vapor.


Os governos federal, estadual e municipal têm 20 meses para deixar tudo pronto até a Conferência da ONU sobre mudanças climáticas que ocorre em novembro de 2025, entre os dias 10 e 21, mas, diante dos desafios de infraestrutura para receber um evento deste porte, uma possível transferência de parte da cúpula a outras cidades chegou a ser cogitada em Brasília, o que já foi negado pelo governador do Pará, Helder Barbalho, pelo governo e pelo Itamaraty.





Belém tem problemas em necessidades básicas




O governo local tem dificuldades de atender demandas de necessidades básicas da cidade, como a coleta de lixo. No começo do ano, a cidade passou por uma crise com os resíduos, que deveria ter sido solucionada a partir de um novo contrato de limpeza urbana. No entanto, as pilhas de lixo ainda dominam algumas calçadas.

Lixo nas ruas de Belém — Foto: Marcella Lourenzetto / CBN


Esgoto e água também são preocupações em todo o estado. Estudo recente do Instituto Trata Brasil, divulgado na última semana, mostra que a capital paraense está entre as dez cidades brasileiras com os piores índices de saneamento básico. O Censo de 2022 reforça o diagnóstico.




Obras para COP 30: qual vai o ser legado?




Uma série de obras de macrodrenagem em mais de 15 canais da grande Belém estão sendo realizadas pelo estado. Além disso, há grandes promessas de transformação urbana por meio de obras estruturantes.

Placa de obras para COP 30 em Belém — Foto: Marcella Lourenzetto / CBN



"Legado" é uma das palavras que mais se ouve no comitê criado para a COP 30, que reúne secretários, técnicos e autoridades. O governador do Pará, Helder Barbalho, afirma que as obras estão sendo feitas, principalmente, pensando no pós-evento.


“Todo o planejamento que nós temos feito ao longo desses meses é sempre pensando para além do evento”, reforça a vice-governadora do Pará, Hanna Ghassan, que coordena a equipe do Comitê da COP na área de infraestrutura.



“Eu costumo falar que nós não vamos construir elefantes brancos", declarou. "Todo o recurso público que a gente possa investir será um legado para a nossa cidade”.




Entre as sete obras principais, se destaca o Parque da Cidade, um projeto pensado antes da COP, mas que vai sediar os principais encontros do evento.


Cerca de 30% dos trabalhos estão concluídos. Até junho de 2025, serão entregues mais 30%. O restante, só depois da COP, já que a área será usada para montar a estrutura necessária para abrigar os encontros.


O Secretário Adjunto de Cultura do estado, Bruno Chagas, integrante do Comitê da COP, explica que uma parte será entregue apenas depois da cúpula por causa da estrutura destinada ao evento:



"Nesse primeiro momento, nós vamos entregar para a população acho que 60% do parque e os outros 40% depois da COP. Assim que a COP terminar, no final de novembro, nós imediatamente iniciaremos a segunda fase do Parque da Cidade para até 2027 estarmos entregando para a população".



Secretário Adjunto de Cultura do estado, Bruno Chagas, integrante do Comitê da COP, com projeto do Parque da Cidade — Foto: Marcella Lourenzetto / CBN





COP 30 deve receber 50 mil pessoas: tem hotéis o suficiente?




Para Bruno Chagas, uma cidade que recebe mais de 2 milhões de pessoas no Círio de Nazaré está preparada para grandes eventos. Devem desembarcar na capital paraense mais de 100 delegações estrangeiras, em um total de 50 mil pessoas durante os dias de evento. A capacidade hoteleira é um dos principais desafios.


Atualmente,a cidade conta com 18 mil leitos, considerando a Região Metropolitana. Entre as possibilidades analisadas para expandir a rede, estão hospedagens em embarcações. O estado espera o aval do governo federal para as obras de dragagem do Porto de Belém, que vai possibilitar a ancoragem de pelo menos dois navios, com mais de 10 mil leitos. Outros dois estão em análise.


Aplicativos de aluguel por temporada, como o Airbnb, também são opções. A plataforma já passou de 700 para 1,4 mil o número de imóveis cadastrados.


Uma área de galpões no novo Porto Futuro e um antigo prédio público vão virar dois hotéis 5 estrelas, com capacidade de 400 aposentos.




Capacitação para aumento dos empregos em Belém




Há, ainda, um trabalho de capacitação em vários segmentos. Muitos dos cursos ocorrem nas chamadas Usinas da Paz, que são espaços integrados a projetos de imersão em bairros carentes para diminuição da criminalidade.



“Todos os serviços oferecidos pela usina, ele vai se moldando conforme o tempo, conforme a necessidade. Era uma necessidade que não havia há três anos. Hoje, com a COP aqui, nós temos diversas necessidades, inglês para Uber, inglês para hotelaria, curso de agente ambiental, a COP vai trazer novas oportunidades de emprego. Então, ensinar a população, nós temos que nos aperfeiçoar,, todos nós estamos aprendendo”, destaca Humberto Bozi, secretário executivo das Usinas da Paz, que explica que há diversas possibilidades de aprendizado.




Mural das Usinas da Paz, em Belém — Foto: Marcella Lourenzetto / CBN




Conscientização ambiental e Macron em Belém




Para o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará, Mauro O’ de Almeida, a principal herança é trazer a questão ambiental para o dia a dia da população.



“O legado é imaterial, o legado é de convencimento, é de conscientização, a agenda ambiental não está no dia a dia da nossa população, incrivelmente não está, ou não está e agora está começando a ficar na mente da nossa população e eu espero que isso fique para sempre, que a gente possa ter uma conscientização ambiental, não só no Pará, mas na Amazônia como um todo e no Brasil, para que a gente possa verdadeiramente prosseguir numa transformação econômica e ecológica do país”, destaca.



Dona Nena, Izete dos Santos Costa vai receber Macron e Lula na Ilha do Combu, no Pará — Foto: Marcella Lourenzetto / CBN



Consciência ambiental é o que Dona Nena, como é chamada, vai receber uma visita ilustre na próxima terça-feira (26). Nas quatro horas que ficará em Belém, o presidente francês Emmanuel Macron, acompanhado do chefe de Estado brasileiro, deve visitar o local onde Dona Nena mora, planta cacau e produz chocolates.



“Eu geralmente tento ser eu mesma, mas com certeza a gente fica numa expectativa muito grande e muito feliz por saber que pessoas de tão distante querem conhecer o meu trabalho. Eu não sei quanto tempo eles vão passar, eu espero que dê tempo pelo menos para ele tomar o chocolate quente”, diz a empreendedora.




Ela acredita que os encontros, impulsionados pela conferência do clima, podem abrir portas para investimentos na região:


“Sinceramente, é o que a gente espera com a COP, que a gente se mostre para o mundo, mas que o mundo nos enxergue como pessoas que têm potencial, mas que precisam justamente disso: de um olhar carinhoso, que venha realmente investir. No nosso caso aqui, principalmente, eu digo, investir em pequenos negócios com a população da floresta”, destaca.


O governador Helder Barbalho deve se unir à comitiva, e acredita que esta é “uma oportunidade importante de construir um ambiente pré COP”. O local foi escolhido para a visita por ser considerado um exemplo de bioeconomia, assunto que deve ser tratado, além de temas como mercado de carbono e a garantia de recursos para o Fundo Amazônia.


De Belém, Macron e Lula têm agenda em Itaguaí, cidade do Rio de Janeiro, onde ocorrerá uma cerimônia de entrega de submarinos de uma parceria entre Brasil e França. Na quinta-feira (28), Lula e Macron estarão em Brasília para uma reunião no Palácio do Itamaraty.

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