Como a questão logística brasileira se cruza com economia de energia?

Por Leopoldo Rosa

— São Paulo

11/03/2024 06h58 Atualizado há 42 minutos

Imagine o seguinte cenário: uma indústria decide aderir a práticas ESG e coloca todo seu processo produtivo para funcionar de forma sustentável e usa energia renovável para toda a linha de produção.

Mas ela tem um gargalo: na hora de escoar os produtos, ela depende apenas de caminhões movidos a diesel, que polui o meio-ambiente. É nesse caminho - que é raro, mas acontece muito - que a questão logística do Brasil se cruza com a sustentabilidade e a energia limpa. Hoje, 61% da matriz de transporte brasileira está no setor rodoviário.

Num mundo ideal, um país com dimensões continentais como o Brasil teria mais opções viáveis de escoamento de produção. No mundo real, a solução pode passar pela escolha de combustíveis mais limpos.

O Brasil, apesar de ter aí a sua infraestrutura logística amplamente apoiada no transporte rodoviário, nos caminhões, isso pode ser algo positivo na transição energética, para uma transição energética mais sustentável, uma vez que também o Brasil é um dos maiores produtores de biodiesel, que pode ser utilizado nesses caminhões que atualmente utilizam diesel para o transporte logístico.

O biodiesel é um combustível mais ecologicamente correto. Com uma pegada menor de carbono e também com uma menor emissão de poluentes na atmosfera. A explicação é do pesquisador Euclides Chumma, membro do Instituto dos Engenheiros Elétricos e Eletrônicos.

No entanto, o biodiesel ainda recebe críticas por seu desempenho e pode gerar problemas nos veículos, como afirma Carlos Yamamoto, do Laboratório de Análises de Combustíveis Automotivos da Universidade Federal do Paraná.

Além do biodiesel, o hidrogênio também é apontado por especialistas como uma alternativa mais limpa para veículos pesados. Mas ainda é pouco explorado no país.