O príncipe William, primeiro na linha de sucessão ao trono do Reino Unido, deve assumir mais compromissos da família real, segundo a rede BBC, após seu pai, o rei Charles 3º, receber um diagnóstico de câncer, divulgado na segunda-feira (5).
William retornou às suas funções reais nesta quarta (7) após adiar diversos compromissos nas últimas três semanas por causa de uma cirurgia abdominal a que sua mulher, Kate Middleton, foi submetida em meados de janeiro. Ele esteve presente em uma cerimônia para conceder honrarias de Estado no Castelo de Windsor durante o dia e foi a um evento de caridade à noite.
Com o rei afastado enquanto recebe tratamento e Kate recolhida até depois da Páscoa, a responsabilidade de ser o rosto público da monarquia recairá sobre os demais membros da realeza especialmente William, mas também a esposa de Charles, a rainha Camilla.
O especialista na família real britânica Robert Hardman disse que William já assumiu deveres estatais importantes em outras ocasiões, como no final do reinado da rainha Elizabeth 2ª, quando ela tinha limitações por problemas de mobilidade.
"Nesse sentido, não é tão diferente. Mas, obviamente, há o peso da expectativa", afirmou Hardman à agência Reuters. "Em muitas ocasiões, ele terá que substituir e será meio que o chefe de Estado da mesma forma que o príncipe Charles foi quando a rainha estava doente."
O Palácio de Buckingham, residência oficial de Charles, afirma que o monarca, porém, continuará a executar as atribuições previstas na lei britânica. O rei, por exemplo, planeja continuar participando das audiências semanais com o primeiro-ministro, Rishi Sunak, e lidando com documentos do Estado. O porta-voz do premiê já confirmou que eles conversariam por telefone nesta quarta.
Eventuais transferências de poder são descritas na Lei de Regência. O texto determina que, caso o membro da família real tenha menos de 18 anos quando subir ao trono ou esteja totalmente incapacitado, ele será substituído pelo próximo da linha sucessória que não esteja com nenhuma dessas duas condições.
O mesmo documento afirma que, em caso de ausência do país ou enfermidades, o monarca pode delegar certas funções reais, como o assentimento a projetos de lei, a conselheiros de Estado. Atualmente, esse grupo é composto pela rainha Camilla, pelos príncipes William, Harry, Andrew e Edward e pelas princesas Beatrice e Anne.
Não deve haver, porém, nenhuma transferência legal de funções. De acordo com a revista Town&Country, não existe precedente para essa passagem de atribuições em caso de procedimentos médicos do monarca ?isso não aconteceu, por exemplo, quando a rainha Elizabeth precisou fazer uma cirurgia no joelho em 2003.
O Reino Unido tem uma monarquia constitucional parlamentarista. Ou seja, o monarca tem a função de chefe de Estado, e o país é comandado pelo chefe de governo, Rishi Sunak.
O comunicado de Buckingham que divulgou a doença em Charles não identifica o tipo do câncer, mas afirma que ele já começou o tratamento. Segundo a nota, o rei está "totalmente confiante" e espera retornar às suas obrigações públicas o mais rápido possível.
Em janeiro, Charles passou três noites no hospital, onde foi submetido a um procedimento corretivo para próstata aumentada. O palácio afirmou que o câncer identificado não é de próstata e que nenhuma outra informação seria compartilhada no momento.
Na terça (5), o rei viajou com Camilla para Sandringham House, sua casa no leste da Inglaterra, após uma breve reunião de cerca de 30 minutos com um de seus filhos, o príncipe Harry, que voou da Califórnia para ver seu pai.
Harry tem falado pouco com grande parte da família desde que anunciou que deixaria seus deveres reais, há quase quatro anos. Ele passou a fazer críticas às práticas de Buckingham. Uma pessoa próxima à família real disse à Reuters que não há planos para ele ver seu irmão mais velho, William, durante sua visita ao Reino Unido.
Fonte: Folhapress
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