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10 de fev. de 2024

Lula quer ampliar vagas em universidades para medalhistas de olimpíadas do conhecimento



Recém-formado no ensino médio, Mateus Freitas de Vasconcelos, de 18 anos, está se preparando para entrar na faculdade de física. A vaga já está garantida, mesmo sem ter feito vestibular.


Ele foi aprovado na Unicamp graças a uma medalha de ouro na Olimpíada Brasileira de Física que conquistou em 2022, no segundo ano do ensino médio. Uma conquista que talvez não fosse tão simples pelo processo seletivo tradicional por causa do seu interesse especial pelas ciências exatas



"Sinceramente eu acho que eu teria que dar um foco bem maior para humanas. Então, se fosse para fazer vestibular, eu teria que dar um gás nessas matérias que eu não estudo. [A olimpíada] ajudou para caramba".




Mateus Freitas de Vasconcelos participou do torneio nacional de física com colegas da escola — Foto: Arquivo Pessoal


Desde o ensino fundamental, em uma escola municipal de Jijoca de Jericoacoara, no Ceará, Mateus ganhou 16 medalhas. Foram as primeiras conquistas olímpicas que permitiram que ele ganhasse uma bolsa integral para estudar o ensino médio em um colégio que tem mensalidade de 2.500 reais na capital, Fortaleza:



"Eles dão aulas preparatórias para as olimpíadas. No caso da seletiva de física, por exemplo, eram diversas aulas por semana. É coisa que a gente vê no ensino superior já"




Depois de sair da casa dos pais, a 250 quilômetros da capital, agora Mateus vai viajar mais três mil quilômetros até Campinas, no interior de São Paulo. A Unicamp foi a primeira a abrir vagas para medalhistas de olimpíadas do conhecimento, entre 2018 e 2019.


Para este ano foram abertas 129 vagas para 35 cursos, como engenharia, matemática, biologia, história e administração. Cada curso aceita inscrições de determinadas competições, de acordo com o tema, sempre nacionais ou internacionais.


O professor Rafael Maia, um dos coordenadores da Comissão de Vestibulares da Unicamp, disse que a experiência tem sido positiva:



"Muitas vezes esses jovens acabam indo para outras instituições, muitas vezes até para o exterior, então é trazer atenção desses jovens para a Unicamp e tem sido muito proveitoso. Os jovens que têm ingressado costumam ter um desempenho muito bom dentro da universidade. A grande maioria, acima da média dos ingressantes. Então tem sido um saldo bastante positivo imagino que para a universidade e também para esses estudantes".

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