Por Marcella Lourenzetto
19/02/2024 13h13 Atualizado há 10 minutos
O vice-presidente, Geraldo Alckmin, e o presidente Lula. — Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo
O vice-presidente Geraldo Alckmin preferiu não comentar a crise diplomática entre Brasil e Israel após Lula comparar a ofensiva israelense contra o Hamas com o Holocausto.
Alckmin também não falou sobre Benjamin Netanyahu considerar Lula 'persona non grata', e reforçou que o presidente brasileiro apenas busca a paz.
“O presidente Lula deixou claro duas coisas: a primeira, que o ato do Hamas foi terrorista. E, segundo, que ele defende a paz, que quer um cessar fogo. Este é o seu entendimento”.
Questionado sobre o tema durante encontro com empresários em São Paulo, Alckmin se limitou a dizer que Lula deixou claro nas fala dele que o ato do Hamas foi terrorista e que o Brasil quer a paz.
"Em relação à colocação do presidente Lula, eu acho que é clara a sua posição. De um lado, deixou claro que a ação do Hamas foi uma ação terrorista, isso eu ouvi dele em vários pronunciamentos, e de outro lado que nós precisamos de paz. Aliás, o Brasil é um país que não tem litígio com ninguém, é promotor da paz. O que se quer que se busque, se acelere, e a tarefa da ONU, dos organismos multilaterais, de todos, poderem ajudar para se buscar um entendimento que poupe vidas de crianças, de pessoas, enfim, que têm mais dificuldade", afirmou Alckmin.
A declaração de Lula que causou a crise diplomática ocorreu no último compromisso dele na Etiópia, antes de embarcar de volta ao Brasil.
Ao comentar a suspensão de envio de recursos às Nações Unidas para refugiados palestinos, o presidente brasileiro afirmou que em Gaza ocorre um genocídio, e não uma guerra.
Lula ainda comparou a ofensiva de Israel contra a Faixa de Gaza com o holocausto promovido pela Alemanha nazista contra os judeus.
"O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu: quando o Hitler resolveu matar os judeus", disse Lula. Que reforçou: "O Brasil condena o Hamas, mas o Brasil não pode deixar de condenar o que Israel está fazendo na Faixa de Gaza".
As falas geraram duras repercussões. O premiê israelense declarou que o presidente brasileiro desonrou a memória de 6 milhões de judeus assassinados por nazistas.
Para Benjamin Netanyahu, Lula se tornou persona non grata em Israel, até que se retrate e se desculpe. Na diplomacia, a expressão ‘persona non grata' se aplica a alguém que não é mais bem-vindo no país.
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