19/02/2024 15h20 Atualizado há 49 minutos
Frederico Meyer — Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
Em mais um capítulo da escalada da crise diplomática entre Brasil e Israel, o presidente Lula chamou de volta o embaixador brasileiro Frederico Meyer, que estava em Tel Aviv. O chanceler brasileiro ainda convocou o embaixador israelense Daniel Zonshine para uma reunião no Palácio do Itamaraty, no Rio de Janeiro.
O ato configura um agravamento das relações entre os dois países, porque é uma resposta do governo brasileiro depois que Israel declarou Lula uma personalidade indesejável, ou seja, uma “persona non grata”. A diplomacia brasileira também reagiu à atitude de Israel que convocou o embaixador brasileiro Meyer para uma reunião no Museu do Holocausto em vez da chancelaria. Fontes do Itamaraty disseram que “não existe na diplomacia” chamada de embaixador para museu ou qualquer outro local público e que atitudes como essa são feitas em chancelaria. Embaixadores ainda avaliam que não há histórico de um presidente brasileiro ter sido declarado pessoa indesejada por algum outro país.
Fala de Lula sobre Israel
As reações de ambos os lados ocorrem após a repercussão negativa da fala do presidente Lula de comparar as ações de Israel na Faixa de Gaza com o holocausto nazista. A avaliação da chancelaria brasileira e de interlocutores do Planalto é que de fato Lula não deveria ter feito a comparação e que não há como comparar o holocausto com qualquer outro evento, mas que a fala foi feita de improviso, sem representar uma fala formal. E que nenhum pedido de retratação é considerado pelo governo brasileiro
Embaixador do Brasil em Israel é 'chamado para consultas' durante crise diplomática
A primeira-dama Janja da Silva se manifestou nas redes sociais e disse que Lula se referiu ao governo genocida e não ao povo judeu, o que indica qual deve ser a tônica do governo em tentar arrefecer a crise, ou seja, amenizar a comparação do ataque de Hitler contra os judeus e dizer que, na verdade, Lula apenas fez referência aos ataques como genocidas. Janja disse ter orgulho de Lula, porque desde o início do conflito ele tem defendido a paz e afirmou que se o presidente tivesse vivenciado o período da Segunda Guerra, ele teria da mesma forma defendido o direito à vida dos judeus.
Nesta segunda-feira, Lula se reuniu com o assessor internacional, Celso Amorim, e também com ministros do primeiro escalão no Palácio da Alvorada. O chanceler Mauro Vieira, que participa do G20 no RJ, participou por chamada. Nesta segunda-feira, em SP, o vice-presidente, Geraldo Alckmin, disse que Lula deixou claro que quer paz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário