Por Gabriel Freitas
— Rio de Janeiro
20/02/2024 16h56 Atualizado há 25 minutos
O embaixador Mauricio Carvalho Lyrio é secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty — Foto: Gabriel Freitas / CBN
Um dia antes do primeiro encontro de Chanceleres do G20, o embaixador brasileiro Mauricio Carvalho Lyrio, que é Secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty, colocou a reforma da governança global como o centro das discussões do G20, presidido atualmente pelo Brasil.
O embaixador concedeu uma coletiva de imprensa nesta terça-feira (20) e ressaltou a preocupante escalada de conflitos internacionais registrada em 2023, com um recorde de 183 guerras e conflitos.
Questionado sobre um possível prejuízo nas discussões, após a fala do presidente Lula que comparou os ataques aos palestinos na Faixa de Gaza ao extermínio de judeus praticado pelos nazistas no Holocausto, o embaixador disse que não acredita em qualquer problema.
Ele ressaltou que a defesa da paz pelo governo brasileiro é uma defesa aplicável a todos os conflitos. E após a resposta, os jornalistas comunicaram ao embaixador que os EUA tinham acabado de vetar o cessar-fogo proposto pelos países árabes, na guerra de Israel contra Hamas. O embaixador então disse que não comentaria.
"Na verdade, esse chamado a paz que o presidente tem feito desde o início é absolutamente crucial. O tema hoje se concentra na questão da votação pelo Conselho de Segurança da ONU de uma possível proposta de resolução sobre o tema, um pedido que o Brasil tem feito e reiterado de cessar fogo... Já foi vetada?... Não, eu não vou comentar, eu não vi ainda. Imagino que tenha sido exercido um veto, mas isso tem sido, eu diria, uma posição clara da maioria dos países, inclusive do Brasil, a necessidade de um cessar fogo no tema".
Qual será o tema do G20?
Sob a liderança do Brasil, que assumiu a presidência do G20 em dezembro de 2023, o grupo de maiores economias do mundo vai se debruçar sobre questões críticas como a proliferação de conflitos, a fome, a pobreza e a mudança climática.
A reunião dos chanceleres, nesta quarta e quinta-feira, marca o início de uma série de encontros preparatórios para a Cúpula do G20, que acontece em novembro no Rio de Janeiro.
G20 reúne as 20 maiores economias do mundo. — Foto: Reprodução/Freepik
O embaixador Mauricio Carvalho Lyrio anunciou ainda a realização de um evento significativo previsto para setembro na sede da ONU, simbolizando um passo importante na busca por soluções para estes desafios globais.
O encontro, de acordo com ele, vai ser uma inovação na abordagem do Brasil à presidência do G20, ao colocar o debate sobre a reforma da governança global dentro da própria ONU, buscando maior representatividade e inclusão internacional no processo
"O Brasil introduziu na sua presidência uma inovação, que é fazer uma segunda reunião de chanceleres, que vai ser em setembro e que será em paralelo à abertura da Assembleia Geral da ONU. Qual é a ideia desse encontro? Nada mais simbólico e forte em termos de mensagem do G20 do que fazer uma reunião dentro da ONU. Então, essa é a ideia. Pela primeira vez, o G20 vai organizar uma reunião dentro da ONU, que será a reunião em setembro, e também com uma outra novidade, pela primeira vez teremos todos os países membros da ONU convidados para uma reunião do G20. Então, é também ideia do Brasil de que a reforma da governança global implica maior representatividade e maior inclusão dos países".
A partir desta quarta-feira (21), ministros das relações exteriores, incluindo nomes como Antony Blinken, dos Estados Unidos, e Sergei Lavrov, da Rússia, se juntam para debater os desafios mais urgentes do cenário internacional.
Quais serão os temas das primeiras reuniões do G20?
Esta primeira sessão no encontro tem o objetivo de viabilizar uma análise aprofundada das situações globais atuais, buscando estratégias conjuntas para enfrentar diferenças e encontrar soluções para os problemas que afetam a todos.
No dia seguinte, 22 de fevereiro, a conversa avança para uma das prioridades da presidência brasileira no G20: a reforma da governança global. Com Mauro Vieira, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, à frente das discussões, o grupo pretende explorar formas de tornar as instituições internacionais mais justas e representativas.
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