Festival de Cinema de Berlim começa com protestos contra partido de extrema-direita alemão

Por Cláudio Gabriel

— Rio de Janeiro

16/02/2024 06h59 Atualizado há 39 minutos

Atores e atrizes se manifestaram contra a participação do partido de extrema-direita, AFD. — Foto: John MACDOUGALL / AFP

A abertura do Festival de Cinema de Berlim de 2024 foi marcada por uma grande polêmica após a exclusão de cinco membros do partido de extrema-direita AfD para a abertura. Todos os anos, o evento dá ingressos para políticos, independente do partido. Entretanto, isso mudou esse ano depois de mais de 200 profissionais do audiovisual da Alemanha publicaram uma carta de repúdio pedindo para que eles fossem desconvidados.

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Em nota, os organizadores afirmaram que, com isso, o festival "se posicionou contra o extremismo de direita na Alemanha. O evento agora convida cineastas para o protestar pela democracia, diversidade e união pacífica no tapete vermelho". E foi o que aconteceu.

Na abertura do evento, nessa quinta-feira (dia 15), atores, atrizes, diretores e modelos levaram cartazes e mensagens contra o AfD. Além disso, cerca de 50 membros da indústria do cinema alemão caminharam pelo tapete vermelho de mãos dadas.

Em outros locais do palácio em que aconteceu o evento, outros grupos também fizeram manifestações, com cartazes como "não há lugares para fascistas em lado nenhum".

Atriz Lupita Nyong'o é a presidente do júri no Festival de Berlim em 2024. — Foto: Ronny HARTMANN / AFP

O Festival de Berlim de 2024 acontece entre 15 e 25 de fevereiro. O evento terá quatro filmes brasileiros, sendo dois longas ("Betânia", de Marcelo Botta; e "Cidade; Campo", de Juliana Rojas) e dois curtas ("Lapso", de Caroline Cavalcanti; e "Quebrante", de Janaina Wagner).

Quem é o partido AfD?

Criado em 2013, o partido AfD (Alternativa para a Alemanha) é considerado um dos principais expoentes da extrema-direita pelo mundo. Ao longo dos anos, ele se envolveu em diversas polêmicas, entre elas um posicionamento contra imigrantes na Alemanha.

Porém, o que mais chamou atenção ao longo dos anos foi a relação com grupos neonazistas. Alguns líderes chegaram até mesmo a participar de reuniões dessas organizações. Por isso, no início de 2024, voltou no país a discussão se o partido deveria ser banido.