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4 de fev. de 2024

Estudantes brasileiros podem passar a pagar ensino superior na Argentina



Por Yuri Cavalieri, CBN — São Paulo


03/02/2024 18h26 Atualizado há 13 horas

Milei — Foto: Reprodução




A comunidade brasileira na Argentina está apreensiva com as mudanças do governo de Javier Milei, que pode afetar a vida de milhares de estudantes.


A 'Lei Ônibus' foi aprovada pelo legislativo. Isso acontece após três dias de intensos de debates sobre o pacote com o qual o presidente argentino pretende modernizar o Estado e desregulamentar a economia.



Na praça do Congresso, logo após a aprovação, o brasileiro Paulo Pereira, um referente da comunidade na Argentina, descreveu à Rádio França Internacional a “apreensão e o medo” que existe com as novas leis, principalmente entre os cerca de 11 mil universitários brasileiros no país.


Atualmente, os estrangeiros na Argentina usufruem do ensino gratuito nas universidades públicas. E, pelas novas medidas do presidente Milei, as instituições de ensino superior públicas podem começar a cobrar mensalidades dos estrangeiros que não tiverem residência no país.


Os estudantes brasileiros que estão na Argentina cursam principalmente o curso de Medicina.


E outras medidas anunciadas pelo novo governo na economia, como as que aumentam os preços, têm diminuído velozmente o poder aquisitivo dos estudantes brasileiros, que na sua grande maioria são dependentes dos pais.


Pouco depois da aprovação do pacote de Milei, do lado de fora do Congresso, organizações sociais e grupos políticos de esquerda, contrários ao governo, mantiveram violentos confrontos com as forças de segurança.


Os manifestantes atearam fogo em cestas de lixo, quebraram calçadas e vandalizaram uma filial do banco Patagonia, controlado pelo Banco do Brasil na Argentina. Treze pessoas foram presas.


As forças de segurança responderam com gás pimenta e balas de borracha. Nos confrontos, três agentes ficaram feridos, assim como dezenas de manifestantes e jornalistas.


Dos 664 artigos iniciais no pacote de leis, apenas a metade continua de pé. São agora 363 artigos que ainda podem ser modificados porque, a partir de terça-feira, começa a discussão de cada artigo em particular.


Os pontos mais resistidos pela oposição são as privatizações de estatais, a possibilidade de o governo emitir dívida externa sem a aprovação do Congresso e a concessão de “superpoderes” do Legislativo ao Executivo.

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