Por Felipe Igreja
— Brasília
22/02/2024 15h12 Atualizado há 53 minutos
Ex-presidente Jair Bolsonaro. — Foto: Ton Molina/Fotoarena/Agência O Globo
O ex-presidente Jair Bolsonaro ficou cerca de meia hora na sede da Polícia Federal, em Brasília, nesta quinta-feira (22), e não respondeu às perguntas dos investigadores da operação Tempus Veritatis, que apura uma tentativa de golpe de Estado.
Segundo o advogado de Jair Bolsonaro, Paulo Cunha Bueno, o ex-presidente, por orientação da defesa, decidiu não responder aos questionamentos feitos pelos delegados desse caso.
"O presidente já saiu, fez uso do silêncio conforme a defesa antecipou. Esse silêncio, quero deixar claro que não é simplesmente o uso do exercício constitucional do silêncio, mas uma estratégia baseada no fato de que a defesa não teve acesso a todos os elementos por quais estão sendo imputados ao presidente a prática de certos delitos", disse o advogado.
Os advogados Paulo Bueno e Fabio Wajngarten durante entrevista coletiva após depoimento do ex-presidente Jair Bolsonaro, na Polícia Federal — Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
A falta de acesso a esses documentos, especialmente as declarações do tenente-coronel Mauro Cid, e as mídias eletrônicas obtidas dos telefones celulares de terceiros e computadores impedem que a defesa tenha um mínimo conhecimento de por quais elementos o presidente é hoje convocado a esse depoimento", completou.
Sobre o que é a operação da PF que envolve Bolsonaro?
Uma das principais provas desta apuração é o vídeo de uma reunião ministerial, em julho de 2022, em que Bolsonaro aparece ao lado de ministros e aliados dizendo que eles não podiam aguardar o fim das eleições para agir. O ex-presidente afirmou ainda que era necessário tomar algum tipo de ação naquele momento.
A defesa de Bolsonaro tentou por três vezes adiar esse depoimento, o que não foi autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Segundo o ministro, o direito ao silêncio é previsto, mas não caberia a Bolsonaro escolher a data, o local e o momento em que prestaria o depoimento.
A Polícia Federal decidiu ouvir mais de 20 pessoas de forma simultânea para evitar a combinação de versão entre os investigados pela tentativa de golpe de Estado.
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