Por Mílton Jung e Cássia Godoy
06/02/2024 06h13 Atualizado há uma hora
Aedes aegypti, o mosquito transmissor da dengue. — Foto: Reprodução
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, vai fazer hoje à noite um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV para falar sobre a situação da dengue no país. Desde o início do ano, 36 pessoas morreram e 345 mil contraíram a doença, segundo o Ministério da Saúde. Ontem à noite, o presidente Lula e a ministra discutiram o assunto com o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom, que está em Brasília.
Adhanom disse que o número de casos está aumentando em quase todo o mundo, com exceção da Europa. O diretor da OMS atribuiu o cenário às mudanças climáticas e disse que a resposta imediata é o controle do mosquito e o diagnóstico precoce para evitar o agravamento da doença e as mortes.
O Ministério da Saúde informou que a situação ainda não é de epidemia no país, mas há surto epidêmico em Estados como Rio de Janeiro, Minas Gerais, Acre e no Distrito Federal Ontem, começou a funcionar um hospital de campanha das Forças Armadas no Distrito Federal, que já registrou 45 mil casos e 11 mortes este ano.
No Rio, a prefeitura decretou estado de emergência em saúde pública e inaugura hoje o segundo de dez polos de atendimento a pacientes com dengue. Somente no mês de janeiro, a cidade registrou 11 mil casos e trezentas e sessenta internações.
Mais de 500 municípios dos 16 Estados com mais casos vão receber a vacina ainda este mês, mas o imunizante só será aplicado em crianças e adolescentes de 10 a 14 anos. As datas de distribuição e aplicação da vacina ainda não foram estabelecidas.
A ministra Nísia Trindade reiterou que é preciso reforçar as medidas de combate à proliferação do mosquito. Segundo o Ministério da Saúde, 73% dos focos estão dentro das casas dos brasileiros.
Ontem, o laboratório japonês Takeda, que produz a vacina contra a dengue, informou que vai priorizar o SUS na oferta do imunizante, com seis milhões e meio de doses, ao longo desse ano. Com a decisão, a farmacêutica vai limitar o fornecimento da vacina para a rede privada, garantindo a segunda dose para quem já tomou a primeira. A empresa também informou que não vai firmar contratos de forma descentralizada para atendimento a estados e municípios.
O presidente do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde, Hisham Hamida, disse que o governo estuda a ampliação da vacina, mas depende da capacidade de fornecimento da indústria. O Ministério da Saúde quer negociar um acordo de transferência de tecnologia para fabricar a vacina no Brasil em laboratórios como a Fiocruz.
O Instituto Butantan, do governo de São Paulo, também está desenvolvendo uma vacina contra a dengue, mas o imunizante está em fase de testes e só deve ser distribuído no ano que vem, se for liberado pela Anvisa.
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