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23 de fev. de 2024

Adolescente de 16 anos conta ter sido agredido por grupo de elite da Guarda Municipal de Teresina

 Foto: Reprodução

Por Adriana Magalhães

Uma mulher, que não quis ser identificada, denunciou que o filho, um adolescente de 16 anos, foi torturado e ameaçado de morte por uma equipe da Ronda Ostensiva Municipal (Romu), grupo de elite da Guarda Civil Municipal de Teresina (GCM). A suposta agressão teria acontecido na última quarta-feira (21), por volta das 22h, no loteamento Porto Alegre, na zona Sul de Teresina.

Em nota, a Guarda Municipal de Teresina, diz que "desconhece a ação atribuída à Guarda Civil Municipal de Teresina sobre a suposta agressão a um adolescente". A nota informa, ainda, que a instituição repudia violência ou abuso de autoridade e disponibiliza o telefone de contado da ouvidoria da GCM para denúncias. (Confira a nota na íntegra no final desta matéria)

Segundo o adolescente, ele estava retornado da casa da namorada quando foi abordado pela equipe da Romu.

"Eu estava passando por uma rua de chão batido, que dá acesso à rua calçada, quando eles me abordaram e me levaram para um terreno abandonado. Eles me perguntaram pela arma. Eu disse que não tinha arma. Perguntaram se meu celular era roubado e eu respondi que não", relembrou o adolescente.

O adolescente relatou, ainda, que após verificarem que o celular estava legal, um dos guardas teria arremessado o aparelho contra um muro, danificando o aparelho.

"Eles verificaram e viram que meu celular não era roubado. Um deles disse assim: 'esse fela da puta tá todo certo' e jogou meu celular no muro. Agora ele está quebrado' ", disse.

A mãe do adolescente gravou um vídeo que mostra lesões deixadas pela suposta agressão nas costas do rapaz.

 

"Meu corpo está todo dolorido, eu tive febre durante a madrugada. Eles usaram paus que encontraram no terreno para me bater nas costas. Também me chutaram na cabeça. Estou com meu maxilar dolorido dos chutes que recebi", relata.

Além de violência física, o adolescente disse ter sofrido agressão psicológica.

"Ele enrolaram a minha camisa na minha cabeça e ficaram batendo com a ponta das armas na minha cabeça, dizendo que iriam me matar", relembrou.

O jovem diz que ficou em poder dos guardas municipais por cerca de uma hora.

"Quando eles foram embora me disseram para eu esperar 10 minutos antes de sair, mas eu tive medo e sai logo. Quando sai do terreno encontrei a minha bicicleta com os pneus cortados", lamentou.

Após o ocorrido, o jovem e sua mãe se dizem abalados, psicologicamente, e temem sofrer retaliação.

"Estou com medo. Eles me ameaçaram, passaram aqui na frente da minha casa. Estou com medo", afirmou.

A família registrou boletim de ocorrência na tarde desta quinta-feira (22).

Nota de esclarecimento

A Coordenadoria Municipal de Segurança Pública, Social e Patrimonial desconhece a ação atribuída à Guarda Civil Municipal de Teresina sobre a suposta agressão a um adolescente.  Nas próprias imagens, inclusive, não há nada que comprove a participação de agentes da corporação.

A Coordenadoria Municipal de Segurança Pública reforça que repudia veementemente qualquer forma de violência ou abuso de autoridade, bem como a atribuição de um caso tão grave aos guardas municipais.

Possíveis excessos, por parte da corporação, devem ser repassados para a Ouvidoria na própria sede da GCM ou através do número 86 3221-7043 para a devida apuração pela Corregedoria e adoção de medidas cabíveis.

O comando da GCM reitera o compromisso com a segurança e o bem-estar da população e enfatiza que nossa gestão não compactua com práticas que violem os direitos individuais ou a integridade física e emocional dos cidadãos.

Comando da Guarda Civil Municipal de Teresina

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