Por Redação, CBN — Rio de Janeiro
02/01/2024 06h04 Atualizado há uma hora
Soldados israelenses durante incursão em Gaza no dia 1 de janeiro. — Foto: Israeli Army / AFP
O Exército de Israel retirou nesta segunda-feira parte das tropas e tanques que mantinha na Faixa de Gaza. A retirada faz parte do plano anunciado pelo governo israelense de mudar de tática e reduzir o número de tropas atuando no território palestino.
Este é o recuo mais significativo anunciado publicamente desde o início da guerra, que vai completar três meses no domingo e já matou mais de 22 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas.
Segundo o comunicado do governo, pelo menos duas brigadas que estão no território do conflito vão ser enviadas para casa. Outras três vão deixar o local para treinamento. Cada grupo tem cerca de 4 mil soldados.
Em comunicado, o ministro da Defesa de Israel disse que, além da retirada, moradores de algumas comunidades ao sul de Gaza vão poder retornar às suas casas.
Retirada muda em algo na guerra?
O porta-voz militar afirmou que a decisão de retirar parte dos soldados não indica qualquer mudança nas intenções de Israel de continuar lutando. Mas que serão feitos ajustes operacionais.
A Defesa de Israel afirmou que 129 pessoas ainda são mantidas em cativeiro pelos terroristas do Hamas.
Além da guerra na Faixa de Gaza, o primeiro-ministro enfrenta desafios internos. Nessa segunda-feira, a Suprema Corte de Israel derrubou uma parte da polêmica reforma judicial proposta pelo governo, que provocou meses de protestos no país no ano passado. A Corte anulou a lei aprovada pelo Parlamento, de maioria governista, em julho do ano passado, que impedia os juízes de derrubarem decisões do governo.
Na decisão, os juízes afirmaram que a reforma enfraqueceria a democracia do país.
Os opositores afirmam que a reforma também serviria para dar retaguarda jurídica a colonos para ocuparem mais territórios palestinos na Cisjordânia e transformarem Israel num Estado religioso.
A medida também poderia livrar Netanyahu de três processos pelos quais ele ainda responde, por suborno, quebra de confiança e fraude.
O partido de Netanyahu, o conservador Likud, disse que a decisão da Suprema Corte contradiz o desejo de unidade do povo, especialmente em tempos de guerra.
Já o líder da oposição disse que a decisão põe fim a um ano difícil de conflito que separou o país por dentro e levou ao pior desastre da história.
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