Dengue: ministério da Saúde aguarda tradução da bula para iniciar vacinação

Por Mariana Machado, CBN


31/01/2024 13h45 Atualizado há 3 minutos

Aedes aegypti, mosquito vetor da dengue. — Foto: Pixabay




O governo federal inicia, nesta semana, o treinamento das equipes de saúde que vão atuar na imunização contra a dengue. O processo de vacinação, previsto para fevereiro, no entanto, ainda não tem data definida para começar.


Isso porque continua o impasse a respeito da bula da vacina Qdenga, do laboratório japonês Takeda. A Anvisa exige a tradução do documento impresso.



Porém, de acordo com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, houve um acordo para que a bula traduzida seja enviada de forma eletrônica para as unidades de saúde, o que deve adiantar o impasse.



"Havia uma questão relacionada às bulas, que precisam estar nas unidades de saúde em português; mas, nós já acertamos com a Anvisa que isso será encaminhado em formato eletrônico. Nós estaremos, esta semana, também treinando todas as equipes para, assim que forem liberadas as vacinas - elas passam por procedimentos da própria Anvisa -, elas poderem começar a ser aplicadas", explica.




O Brasil terá em torno de 6 milhões de doses, mas até o momento apenas 750 mil chegaram ao país. Elas estão no Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde, da Fiocruz, no Rio de Janeiro, para o processo de rotulagem.


Elas fazem parte de um total de 1,32 milhões de doses, que foram doadas pela farmacêutica. Uma segunda remessa, com 570 mil doses, tem previsão para ser entregue em fevereiro.


Além dessas, o Ministério da Saúde adquiriu o quantitativo total disponível pelo fabricante para 2024, o que corresponde a mais de 5 milhões de doses. De acordo com a previsão informada pela empresa, elas serão entregues ao longo do ano, até novembro.


A ministra ainda comemorou a vacina, mas afirmou que não pode ser apontada como a única solução:



"Finalmente temos vacina. Temos que celebrar. Mas, a vacina no quantitativo que o laboratório hoje pode nos entregar, sendo uma vacina de duas doses, numa situação como vivemos hoje no Distrito Federal e em outros municípios, não pode ser apontada como solução. Se o Ministério da Saúde fizesse isso, ele estaria errado. Não pode ser apontada como solução para esse momento agora", enfatiza.




Os dados mais atualizados do Ministério da Saúde indicam que os casos de dengue no Brasil triplicaram em janeiro, no comparativo com o mesmo período de 2023. Já são contabilizados 217 mil casos em todo o país, além de 15 mortes confirmadas e 149 em investigação.


A vacinação terá início com o público com idades entre 10 e 14 anos, nos 500 municípios em 16 estados com mais casos da doença.