Por Roberto Araujo
Após a retirada de equipamentos de ultrassonografia e radiografia do Hospital de Urgência de Teresina (HUT) nesta quarta-feira (27), o Conselho Municipal de Saúde deverá apresentar um pedido de intervenção na saúde pública da capital. Os conselheiros estão elaborando um documento que pode ser apresentado nesta quinta (28), a depender da decisão dos membros.
É o que informou o presidente do conselho, Rodrigo Maxwell, ao Cidadeverde.com. De acordo com ele, o conselho já vem acompanhando a situação de crise na saúde da capital, e afirma que chegou "ao extremo".
"Desde o ano passado que a gente vem recebendo denúncia do HUT, principalmente da falta de insumos, do mínimo, como gaze, luva, soro, e desse ano para cá, a questão de manutenção, como ar condicionado quebrado nas UTIs, e tudo mais. Agora por último, começamos a ter esses problemas de falta de pagamento com fornecedores, terceirizados que paralisaram, agora a questão do problema com equipamentos, raio x, e não só no HUT, mas na rede hospitalar como um todo. Situação grave que chegou ao extremo", disse.
Segundo o presidente, o conselho está concluindo um documento para pedir uma intervenção do Ministério da Saúde na saúde da capital. O documento, segundo ele, deverá constar de provas e informações que apontam problemas de gestão. O conselho levantou que a dívida da prefeitura com terceirizados e fornecedores soma mais de R$ 150 milhões.
O Conselho Municipal de Saúde é composto por 32 membros, dos quais, 16 são usuários, 4 são representantes da Prefeitura, 8 trabalhadores das unidades de saúde e 4 prestadores de serviço. A entidade é permanente e tem caráter consultivo e deliberativo sobre as ações da saúde na capital.
Procuradas, as assessorias do Hospital de Urgência de Teresina (HUT), da Fundação Municipal de Saúde (FMS) e da Prefeitura de Teresina não responderam à nossa reportagem.
Foto: Reprodução
Aparelhos estão sendo desativados no HUT
Exames de imagens suspensos nos hospitais de Teresina
Um aparelho de ultrassonografia e dois de radiografia foram recolhidos do Hospital de Urgência de Teresina (HUT) pela empresa The Imagem, que fornece os serviços à Fundação Municipal de Saúde (FMS). Aparelhos de outras 12 unidades de saúde da capital, entre hospitais, maternidades e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) não foram retirados dos locais, mas estão sem funcionar. São 38 equipamentos que a empresa fornece a diferentes unidades hospitalares da capital.
A empresa alega atrasos de 18 meses nos repasses por parte da FMS. O Cidadeverde.com tentou contato com a assessoria do HUT e da FMS, mas não teve resposta até o momento.
Vereadores discutirão assunto na semana que vem
A Câmara Municipal de Teresina convocou para a primeira semana de janeiro uma sessão plenária extraordinária para discutir a crise na saúde municipal. Ainda não foi divulgada a data.
Segundo a vereadora Pollyanna Rocha, que também é vice-presidente da Câmara Municipal de Teresina, a capital vivencia a maior crise na saúde desde a pandemia. “Antes estávamos reféns de um vírus e hoje sofremos por causa de uma péssima gestão”, destacou Pollyanna. De acordo com a vice-presidente, a Sessão Extraordinária vai debater a grave situação, convocar gestores para conceder explicações e discutir a instalação de uma CPI em caráter de urgência.
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