Por Bárbara Rodrigues
O líder de uma organização criminosa preso em uma operação do Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) nesta quarta-feira (25) estava em posse de uma arma roubada de um policial civil de Pernambuco e morava próximo ao 12º DP em Teresina, em uma residência reforçada para impedir a ação da polícia.
O Draco realizou nesta quarta-feira uma operação para cumprir 11 mandados de busca e apreensão e prisões nos bairros Planalto Ininga, Parque Mão Santa e Verde Lar, na zona Leste de Teresina. Cinco pessoas foram presas.
Segundo a Polícia Civil, a operação busca combater a ação de duas facções criminosas rivais que atuam na capital.
Um dos presos é José Hilton Rocha da Silva, mais conhecido como Wolverine, de 38 anos, que saiu há três meses do sistema prisional e responde na Justiça por tráfico e roubo. Após sair do sistema prisional, ele teria assumido o comando de uma célula de uma facção criminosa.
Chamou a atenção da polícia o portão reforçado e a atuação da família para impedir a prisão.
"É um criminoso que já tem um nível de periculosidade bem elevado, responde a diversos crimes passados pelo sistema penitenciário. Exerce um papel de liderança, a função de disciplina, em uma célula de uma facção criminosa. Ele tentou reagir a essa abordagem por parte da segurança do local, reforçou o portão, tivemos dificuldade em abrir, mas conseguimos. Chegando lá, ele colocou a família, a mulher dele e duas crianças, na frente da polícia. Ele mora em um duplex, então tinha uma estrutura não condizente, um portão bem reforçado justamente para dificultar a entrada dos policiais. Ele ainda chegou a apontar a arma para os nossos operadores, mas estávamos preparados e fizemos a prisão", afirmou o delegado Charles Pessoa.
Foto: Bárbara Rodrigues/ cidadeverde.com
O preso ainda estava com uma arma roubada de um policial no estado de Pernambuco. Segundo o delegado, mesmo saindo recentemente do sistema prisional, José Hilton assumiu a liderança da célula de uma facção criminosa.
"O próprio criminoso já disse que sabia que a qualquer hora receberia uma visita do nosso departamento. Ele estava de posse de uma arma que é produto de roubo lá no estado de Pernambuco. Então é um criminoso que realmente tem um nível de periculosidade bem elevado, mas aqui no Draco não há isso. Independentemente de ter um nível de periculosidade elevado ou não, de tentar dificultar essas prisões, as ações por parte do Departamento, sempre serão as prisões", destacou.
Charles Pessoa reforçou que o objetivo da operação era desarticular duas organizações criminosas.
"O objetivo foi novamente a Zona Leste da capital. Recentemente deflagramos uma grande operação na região do Parque do Universitário. Dessa vez, nós focamos no Planalto Ininga. Verde Life Parque, Mão Santa, também na Zona Leste. Foram 11 mandados de busca e apreensão, 5 mandados de prisão, além da apreensão de materiais ilícitos, como uma arma de fogo que existe inclusive uma grande possibilidade de essa arma estar envolvida em alguns crimes, como homicídios, aqui em Teresina, já que estava em posse de um criminoso que tem realmente esse perfil", declarou.
Foto: Bárbara Rodrigues/ cidadeverde.com
O advogado de defesa, Stanley Franco negou as acusações. "Estou tomando conhecimento da situação e em breve terei maiores esclarecimentos. Acredito que é equivocada [a informação de que faz parte de facção]. Porque ele é um cidadão e não participa de organização criminosa. Ele tem uma passagem, isso é fato, mas isso aconteceu no passado. Não quer dizer que isso seja o meio de vida dele", afirmou.
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