Instituições agrárias tentam resolver praga de besouros que destrói plantação de caju em Pio IX

 

Por Edielson Mota

Uma praga está trazendo preocupações para os produtores de caju em Pio IX. Um grupo de trabalho composto pela Secretaria de Agricultura do Estado do Piauí, ADAP e Embrapa está unindo esforços para tentar resolver esse problema que tem tirado o sossego dos agricultores e causado prejuízos significativos. A situação continua sendo acompanhada de perto pelas autoridades e pelos agricultores, que estão buscando soluções para combater essa ameaça aos cajueirais de Pio IX.

Vídeos dos besouros causam espanto na região de Pio IX, onde os agricultores se mobilizam para enfrentar essa nova ameaça. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Pio IX e também produtor de caju, Naldo Andrade, teve sua segunda safra completamente prejudicada. Ele relata que o ataque da praga começou há cerca de um mês e meio e teve um impacto severo na produção.

"Começou agora, mais ou menos um mês, um mês e pouco. É o ataque dessa praga, com prejuízo na produção. A gente já havia enfrentado em outros anos, mas em menor quantidade. Agora chegou atacando. Ele chega, derruba todos os cajus verdes, as castanhas, todos os maturis. Ele derruba comendo a flor, o casto de flor e as ramificações novas. Onde ele está chegando, está acabando com a produção."

Mais de 200 famílias em sete comunidades foram afetadas pela praga, resultando na perda de suas produções de caju. O besouro destrói tudo o que encontra pela frente e ataca as plantas principalmente durante a noite. O alcance do besouro já se estende por uma largura de cerca de 5 km e mais de 15 km de extensão. Embora a princípio, os agricultores e especialistas acreditassem se tratar do besouro vermelho, amostras da praga foram coletadas pela ADAP para análise. Alguns fatores, como o desmatamento e as inconstâncias no período chuvoso, são apontados como possíveis causas da proliferação desse inseto.

A Secretaria da Assistência Técnica e Defesa Agropecuária (SADAM) está trabalhando em estratégias para conter o besouro e auxiliar os produtores. Eles planejam a implantação de armadilhas luminosas, uma das formas mais eficazes de combater a praga, e a capacitação de técnicos para fornecer assistência técnica aos agricultores. O coordenador da SADAM da região do vale do Guaribas orienta os produtores sobre como proceder e recomenda não utilizar inseticidas, uma vez que não há produtos aprovados pelo Ministério da Agricultura para combater essa praga nos cajueiros. Essa medida visa proteger a produção de mel orgânico na região.