Foto: Reprodução/Redes Sociais
O Itamaraty confirmou que um brasileiro foi ferido durante os ataques em grande escala do Hamas contra Israel, neste sábado (7). A identidade da vítima não foi revelada, e a pasta informou que ele recebe assistência na embaixada do Brasil em Tel Aviv.
O Ministério das Relações Exteriores ainda tenta localizar outros dois brasileiros que estavam em um dos locais atacados. A ofensiva do grupo terrorista islâmico matou ao menos 200 israelenses e deixou 1.100 feridos. O governo de Benjamin Netanyahu retaliou com ataques aéreos à Faixa de Gaza, que fizeram ao menos 230 vítimas fatais ?1.600 pessoas ficaram feridas.
Após o ataque surpresa, o premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, declarou guerra. Em vídeo, Netanyahu disse que o Hamas, que controla a Faixa de Gaza, pagará "um preço sem precedentes" pela ofensiva, que teria usado mais de 5.000 foguetes. "Estamos em guerra. Esta não é uma operação simples", afirmou.
Segundo diplomatas, nenhum dos cerca de 30 brasileiros que moram na Faixa de Gaza foi afetado.
O Consulado Geral de Israel em São Paulo diz em comunicado que o ataque foi iniciado pelo Hamas sem qualquer pretexto ou ação prévia por parte de Israel, e que a ofensiva ocorre "após um longo período em que Israel tenta manter a calma na Faixa de Gaza, ao mesmo tempo que faz grandes esforços para melhorar a situação civil na região".
Segundo a imprensa local, cerca de 50 israelenses também foram feitos reféns pelo Hamas próximo à fronteira com a Faixa de Gaza. Para a emissora Al Jazeera, um dos líderes da organização extremista islâmico, Saleh Al-Arouri, afirmou que vários oficiais foram capturados.
Os ataques dos militantes, que aconteceram exatamente 50 anos após o início da Guerra do Yom Kippur, combinaram a infiltração de homens armados em cidades israelenses com uma saraivada de foguetes, disparados da Faixa de Gaza.
De acordo com as Forças Armadas de Israel, dezenas de militantes se infiltraram por terra, mar e ar, alguns com a ajuda de parapentes.
Trata-se de uma infiltração sem precedentes de um número desconhecido de homens armados do Hamas em Israel a partir de Gaza, e uma das mais graves escaladas no conflito israel-palestino em anos.
O último grande conflito entre Israel e Hamas foi uma guerra de 10 dias em 2021, quando 240 pessoas foram mortas.
O Hamas disse que a ofensiva foi motivada pelos "ataques crescentes" de Israel contra os palestinos na Cisjordânia, em Jerusalém e contra os palestinos nas prisões israelenses. O comandante militar do grupo, Mohammad Deif, anunciou o início da operação numa transmissão nos meios de comunicação do Hamas, apelando aos palestinos de todo o mundo para que lutassem. "Este é o dia da maior batalha para acabar com a última ocupação na Terra", disse ele.
CRONOLOGIA DA FAIXA DE GAZA:
1948: Milhares de refugiados palestinos se estabelecem na Faixa de Gaza em meio à guerra que se seguiu à declaração de independência de Israel. Território passa a ser controlado pelo Egito
1967: Israel ocupa a Faixa de Gaza e outros territórios árabes na Guerra dos Seis Dias
1973: Países árabes lançam ataque contra Israel na Guerra do Yom Kippur. Faixa de Gaza segue sob ocupação israelense
1993: Acordos de Oslo estabelecem compromisso em criar um Estado palestino na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, mas o plano nunca chega a ser cumprido
2005: Israel anuncia a retirada de colonos judeus e de soldados da Faixa de Gaza
2007: Grupo extremista islâmico Hamas expulsa rivais do Fatah e passa a governar a Faixa de Gaza. Israel impõe bloqueio por terra, ar e água contra o território
2008, 2012 e 2014: Guerras recorrentes na Faixa de Gaza envolvendo bombardeios israelenses e disparos de foguetes pelo Hamas deixam milhares de mortos
2018: Residentes da Faixa de Gaza fazem série de protestos perto da fronteira com Israel, na chamada Marcha do Retorno. Atiradores israelenses matam centenas de manifestantes
2021: Nova guerra entre Israel e o Hamas deixa centenas de mortos na Faixa de Gaza
2023: Hamas rompe bloqueio e lança ataque surpresa por terra, água e ar contra Israel, que reage com bombardeios e declaração de guerra
Fonte: Folhapress
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