Foto: Arquivo Pessoal
Por Pâmella Maranhão
O piauiense Eduardo Hipólito era um dos nomes mais cotados para compor a lista de convocados do ciclismo brasileiro para o Parapan-Americano que acontecem em Santiago, no Chile. A lista saiu na terça-feira (26) e não houve nenhum atleta convocado na categoria 'C3' e com isso o piauiense ficou de fora. Em entrevista na rádio cidade verde hoje (27) o paratleta citou a frustração de não ter seu nome na lista de convocados mesmo sendo o melhor brasileiro da categoria.
“Eu aguardava bastante ansioso nessas últimas semanas. Embora eu esteja entre os 40 do mundo eu não participei de nenhuma prova internacional esse ano. Então, as minhas colocações em provas todas eu garanti a medalha de ouro, essa última prova que teve em João Pessoa disse que era uma seletiva seria uma das provas alvo que eles estariam verificando quais atletas teriam capacidade e competência para está brigando por uma medalha”, explicou Eduardo.
Vale lembrar, que atualmente Eduardo Hipólito é o melhor atleta brasileiro ranqueado na categoria, inclusive no ranking internacional. Eduardo é top40 do mundo e na américa latina fica atrás apenas de outros três nomes.
“A realidade é dura para o atleta competir mundialmente. O custo é bem alto, os valores de gastos de uma etapa dessa de Copa do Mundo (de ciclismo) são praticamente os valores que eu gasto o ano inteiro competindo dentro do país. É inviável para mim, pois não tenho patrocinadores o suficiente para cobrir essas despesas e a bolsa que eu recebo também não cobre. Eles falaram que iam dar oportunidade para os atletas que estão competindo somente no Brasil e pediram meus documentos, tamanho de uniforme, calçado há meses. Eu fui atrás de passaporte, gastei, o risco o tempo e são coisas que deixam a gente triste e frustrado”, lamentou o paratleta piauiense.
A Confederação Brasileira de Ciclismo e Paraciclismo convocou nomes da categoria C1, C2 pulou a categoria C3 e chamou atletas da categoria C4 e C5. Das cincos categorias, apenas atletas da categoria C3 que é exatamente a categoria em que o piauiense é líder com sobras não houve nenhum convocado.
“Eu estou repensando bem o que vou fazer daqui para frente, eu ainda tenho uma prova que é a 3ª etapa da Copa Brasil que seria a penúltima prova do ano, já que eu estava contando que iria para os Jogos Pan-Americanos e seria finalização do ano. Tenho que continuar os treinos e o foco, mas são anos que são rasgados e não voltam atras, acredito que esteja em minha melhor fase e performance possível, mesmo com todas as dificuldades”, acrescentou Eduardo Hipólito.
O que diz a Confederação?
Em entrevista a Cidade Verde o coordenador da Confederação Brasileira de Ciclismo, Edilson Rocha "O Tubiba" explicou a não convocação do piauiense e entre as muitas justificativas falou sobre o fato que as vagas são definidas pelo ranking do país e o Brasil tinha apenas sete vagas no naipe masculino e outras sete no feminino para escolher os nomes entre as 13 classes de cada naipe.
“Quando você só tem sete vagas você precisa de um critério de avaliação e a primeira é a maior possibilidade de medalhas e o Eduardo, embora esteja crescendo, na principal prova, porque a gente não avalia por uma prova, avalia pelo ano inteiro, mas na principal prova em que a gente fez o confronto direto de todas as classes e ele teve uma indisposição e simplesmente não competiu no último dia. Então, não prova de resistência não tivemos nem como avalia-lo. Obvio que não foi essa não participação que tirou ele, mas prejudicou a avaliação final”, explicou o coordenador da Confederação Brasileira de Ciclismo, Edilson Rocha, o Tubiba.
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