Foto: arquivo Cidadeverde.com
Por Yala Sena
A promotora de Justiça, Maria do Amparo de Sousa Paz, abriu nesta sexta-feira (22) processo administrativo para investigar o fechamento do Centro de Referência da Mulher em Situação de Violência Esperança Garcia, que funcionava há 8 anos em Teresina. Tanto a direção da ASA (Ação Social Arquidiocesana) como a promotoria de justiça tomaram conhecimento da interrupção dos serviços através de mensagens no WhatsApp.
O Centro Esperança Garcia é um importante espaço, gerido pela ASA (Ação Social Arquidiocesana) que humaniza o atendimento as mulheres vítimas de violência doméstica, sexual, psicológica e patrimonial. De janeiro deste ano a 15 de setembro, último dia de funcionamento, 1.800 mulheres foram atendidas na faixa etária de 18 anos a 59 anos. Atualmente, o Centro atendia 450 vítimas. É um serviço criado com metodologia da ASA que tem ações reconhecidas pela ONU (Organização das Nações Unidas).
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O encerramento do serviço ofertado pela ASA, em parceria com a prefeitura de Teresina, causou indignação e os atendimentos foram interrompidos. Com a reação do movimento de mulheres, que aprovou um repúdio pela suspensão dos serviços, os atendimentos retornaram de forma insuficiente.
A rede de proteção à mulher reclamou que tomou conhecimento da suspensão do serviço via WhatsApp.
A promotora Maria do Amparo Paz também afirmou que soube através da circulação de uma mensagem pela rede social. Ela disse que na próxima segunda-feira (25) estará reunida com entidades para avaliar o processo de transição do serviço para não prejudicar o atendimento às mulheres.
“A suspensão dos serviços foi uma decisão abrupta, sem discutir com a rede. É um retrocesso. É um desmonte, já que encerram o serviço de forma açodada sem haver uma transição”, disse a promotora.
O que diz a prefeitura
A secretária Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres, Karla Berger, negou que o comunicado da suspensão das atividades do Centro, na sede atual, tenha sido via WhatsApp e garantiu que os serviços não foram interrompidos.
“Continuamos com os atendimentos, agora na sede da Secretaria de Mulher (veja endereço abaixo) no Núcleo de Atendimento e Acompanhamento às Mulheres em Situação de Violência Doméstica e ou Familiar Esperança Garcia, que foi criado por decreto do prefeito Dr. Pessoa”, disse a secretária.
Karla Berger reclamou que os dados das mulheres não foram repassados pela ASA e que o Centro será transferido por definitivo na Casa da Mulher Brasília, com previsão para ser inaugurada em outubro.
A secretária admitiu que a mudança do Centro de Referência aconteceu em meio a negociações com a ASA sobre recursos atrasados e que isso prejudicou uma transição mais tranquila.
“Centro de Referência é um serviço da Prefeitura de Teresina”, garante Karla Berger.
A secretária executiva da ASA, Carla Simone Borges, informou que foi surpreendida com a interrupção dos serviços e que a instituição está aberta para colaborar com o núcleo.
“Temos uma marca reconhecida no Brasil e até na ONU. A ASA está a serviço da vida e recebeu hoje ofício da Secretaria e nos colocamos à disposição para repassar sob sigilo a guarda da documentação das mulheres. ASA em nenhum momento deixou de ser uma entidade transparente, com respeito aquilo que era executado. O que nos interessa é preservar a história e não prejudicar nenhum momento o serviço que infelizmente foi rompido sem que houvesse uma transição”, disse.
Veja aqui ofício das explicações da ASA a prefeitura
Onde funcionará o Núcleo
Será na sede da Secretaria Municipal das Mulheres na rua Agripino Maranhão, 235, no bairro Noivos.
Secretaria disponibilizou um WhatsApp para atendimento: (86) 99412-2719
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