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18 de ago. de 2023

Líder quilombola é assassinada na Bahia e governo federal cobra investigação

 

A líder quilombola, Maria Bernadete Pacífico, a "Mãe Bernadete", foi assassinada a tiros, na noite de quinta-feira (17), no interior do seu terreiro, Pitanga dos Palmares, em Simões Filho, na Bahia. A ação teria sido promovida por criminosos, que invadiram o local e também fizeram familiares da vítima de reféns.

Nesta sexta-feira (18), será enviada uma comitiva dos ministérios da Igualdade Racial, Justiça e dos Direitos Humanos para realizar reuniões presenciais e prestar atendimentos às vítimas e familiares.

Bernadete também foi secretária de Promoção da Igualdade Racial de Simões Filho. Além disso, era Yalorixá, ou popularmente conhecido como "Mãe de Santo", nome dado para sacerdotisas de terreiros de Umbanda, Candomblé e Quimbanda.

O ministro Silvio Almeida e o governador do estado, Jerônimo Rodrigues (PT/BA), que determinou que as Polícias Militar e Civil "desloquem-se de imediato ao local e sejam firmes na investigação", se manifestaram em suas redes sociais.

 

 

Seu filho, Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, o "Binho do Quilombo", foi assassinado há quase seis anos, no dia 19 de setembro de 2017, ano em que o Pitanga dos Palmares foi reconhecido pelo Relatório Técnico de Identificação e Delimitação (RTID) do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). O território compreende cerca de 854,2 hectares, com 289 famílias residentes.

De acordo com levantamento da Rede de Observatórios de Segurança, a Bahia é o segundo estado com mais ocorrências de violência contra povos e comunidades tradicionais, com 428 ocorrências entre 2017 e 2022, atrás apenas do Pará, região Norte do país.

Governo enviará comitiva

O Governo Federal enviará uma comitiva para a Bahia após o assassinato da líder quilombola Maria Bernadete Pacífico, a 'Mãe Bernadete', na noite desta quinta-feira (17), em Simões Filho, região Metropolitana de Salvador. 

A equipe, representada pelos ministérios das Mulheres, da Igualdade Racial, da Justiça e Segurança Pública e dos Direitos Humanos e da Cidadania, irá ao local para que "todas as providências necessárias sejam tomadas".

Em nota, o Ministério das Mulheres lembrou a luta de Mãe Bernadete para esclarecer a morte do filho Binho, que também foi assassinado, há seis anos. "Mãe Bernadete foi vítima de racismo religioso, racismo ambiental e de violência política de gênero, que atinge lideranças em espaços de poder e decisão".

"É crucial que as autoridades apurem o caso com celeridade. Seu filho Binho também foi assassinado, há seis anos, e Mãe Bernadete lutava pelo esclarecimento do caso. Ambos eram dirigentes da Coordenação Nacional das Comunidades Negras Quilombolas (Conaq)", afirmou a pasta.

Liderança da comunidade quilombola Pitanga dos Palmares, do município de Simões Filho, onde também foi Secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Mãe Bernadete era Yalorixá, ou popularmente conhecido como "Mãe de Santo", nome dado para sacerdotisas de terreiros de Umbanda, Candomblé e Quimbanda.

 

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