O diferencial da liderança feminina foi o tema do segundo momento da programação do Espaço Piauí, no primeiro dia do Congresso das Cidades. O bate-papo, mediado pela jornalista Cláudia Brandão, contou com a participação das prefeitas Jôve Oliveira, de Piripiri, e Gabriela Luz, de Capitão Gervásio Olivera. Também participaram a deputada estadual Simone Pereira, e Renata Malheiros, coordenadora nacional do Sebrae Delas, movimento que incentiva o empreendedorismo e a liderança feminina no Brasil.
Entre os temas discutidos, a violência política e o preconceito enfrentado pelas mulheres nos espaços de poder. As debatedoras também trocaram experiências e defenderam a necessidade de legislações e políticas públicas para garantir os direitos das mulheres.
A prefeita Gabriela Luz, que preside o Conselho da Mulher Municipalista no Piauí, destacou que, apesar de serem maioria do eleitorado, as mulheres ainda são minoria nas prefeituras e câmaras municipais. No Piauí, apenas 30 municípios são administrados por mulheres.
“A mulher gestora se torna inspiração para outras mulheres. Nós temos entrave da cultura e estamos trabalhando no dia a dia todo esse cenário. Esse conselho da mulher municipalista foi criado baseado em um movimento nacional, e a nossa ideia é incentivar e mostrar a importância das mulheres e das candidaturas femininas dentro de cada município”, ressaltou Gabriela Luz.
Em sua fala, a deputada estadual Simone Pereira, lembrou que o voto feminino no Brasil é recente e que muito ainda precisa ser conquistado. Ela também apontou que a presença feminina nos espaços de poder é fundamental para garantia de direitos.
“A gente está em um momento muito rico de discussão do papel da mulher, principalmente no segmento político. Tivemos o direito ao voto somente a partir de 1932, de lá pra cá muito se avançou, mas existem lugares que nós mulheres não ocupamos ainda. É necessário que possamos ser espelho para outras mulheres. Só teremos leis que nos protegem, se estivermos participando do processo”, defendeu.
Já a prefeita de Piripiri, Jôve Oliveira, afirmou que o preconceito institucionalizado ainda é uma das barreiras enfrentadas pelas mulheres na política. Ela também defendeu a necessidade de incluir os homens no debate sobre a temática para possibilitar avanços mais rápidos.
“Aqui ninguém quer tomar e ocupar o lugar dos homens, só queremos ter os nossos espaços reservados, com muita luta. Eu quero caminhar lado a lado com os homens, para que não sejamos vistas como intrusas”, destacou Jôve Oliveira.
A coordenadora do Sebrae Delas, movimento nacional de incentivo ao empreendedorismo e liderança feminina, Renata Malheiros, também participou do painel. Em sua fala, ela destacou os desafios das mulheres empreendedoras, que apesar de serem mais escolarizadas que os homens, em muitos casos, têm faturamento menor, devido a múltipla jornada que exercem no dia a dia.
Renata Malheiros também defendeu ações voltadas para o segmento. “A gente precisa falar da universalização do crédito como política pública”, disse.
O bate-papo foi encerrado foi encerrado com a fala da assessora do movimento das mulheres municipalistas, da Confederação Nacional dos Municípios (CNM). Tais Mendes defendeu a necessidade dar visibilidade às mulheres prefeitas e vereadoras. “A gente precisa dar luz a essas histórias. Dar voz e visibilidade a essas gestoras”, defendeu.
Natanael Souza
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