Guilherme Silva Peretto, de 21 anos, filho do vereador Tiago Peretto (PL), em São Paulo, afirma ter sido agredido por policiais militares durante uma abordagem no município de São Vicente. Na ocasião, ele estava levando peças de roupa para uma costureira, quando os PMs o abordaram violentamente, segundo ele.
“Um bateu nas minhas pernas, o outro me enforcou e o outro me deu um tapa no rosto. Os três fizeram agressões e xingaram”, explicou o jovem ao G1 nesta quinta-feira (15).
Segundo explicou Guilherme, ele trabalha em uma empresa de reciclagem da família próximo do local da abordagem, na Vila Margarida. Guilherme estava estacionando em frente ao estabelecimento quando a viatura chegou.
“Estava trabalhando e tinham duas roupas que eu tinha que levar na costureira, já tinha combinado o horário. É bem perto, mas estava chovendo, então fui com o carro. Pediram para estacionar na calçada e descer com a mão na cabeça, procedimento padrão [...]. Quando eu desci do carro, já me enquadraram e enfiaram a arma na minha barriga, chutando as minhas pernas. Eu falei que não precisava disso, que eu não era ladrão”, contou ao G1.
Ele questionou o motivo das agressões e tentou dizer que trabalhava por perto, mas não foi ouvido e, por isso, começou uma discussão. Conhecido na região, os moradores alertaram o vereador, que ligou de imediato para Guilherme. Segundo o relato dele, os PMs ainda tentaram impedir ele de atender ao telefone, mas conseguiu pegar o celular.
Após avisar ao pai do ocorrido, o telefone de Guilherme foi apreendido pelos policiais militares. Ao chegar no local, o vereador foi impedido pelos agentes de se aproximar do filho, alegando que o jovem era maior de idade.No entanto, Tiago se recusou a sair de perto do filho.
"Um estava falando no ouvido do meu filho com a arma encostada na barriga e o outro tampando [a cena] para se tivesse alguém filmando. Quase não deu para falar porque já chegaram agredindo. [...] Deram um tapa na minha ‘cara’, começaram a me xingar de tudo que era nome”, relembrou o jovem ao G1.
Revoltado com a situação, o parlamentar iniciou um vídeo ao vivo nas redes sociais para denunciar o caso. “Não fiz live de vereador, fiz como um pai indignado com a situação [...]. Conheço meu filho, pode ser boca dura às vezes, mas não é bandido, nunca usou droga, nunca fez mal para ninguém. É trabalhador, entra no trabalho às 6h e sai às 18h”. Ainda de acordo com o vereador, ele se exaltou durante a transmissão do vídeo ao vivo, principalmente porque um dos policiais tinha confessado a agressão para ele. “Falou para mim: ‘dei um tapa na cara porque ele foi folgado'”.
Todos os envolvidos foram encaminhados para o 2º Distrito Policial (DP) de São Vicente, onde o caso foi registrado como desobediência e lesão corporal. Em defesa, os policiais militares disseram que o carro do jovem estava com insulfilm nas janelas e “arrancando bruscamente”.
Ainda segundo o relatos dos PMs, eles decidiram abordar o jovem mas, Guilherme correu para um estabelecimento com uma sacola e retornou ao carro sem o item. Os policiais pediram para ele colocar as mãos na cabeça, mas o jovem desobedeceu a ordem.
De acordo com os PMs, o pai de Guilherme chegou ao local minutos depois e xingou os agentes. Neste momento, o jovem disse: "Me aborda agora, meu pai é vereador".
Por fim, foi realizada uma busca veicular, mas nada de ilícito foi encontrado.Também não foi localizada nenhuma pendência criminal contra Guilherme. Em nota, a Polícia Militar reforçou a versão no boletim de ocorrência e informou que irá instaurar procedimento para apuração dos fatos.
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