Foto: Arquivo/Cidadeverde.com
A asfixia perinatal acontece quando o bebê fica sem oxigenação no momento próximo ao nascimento, podendo ocorrer antes, durante ou imediatamente após o parto. Estima-se que, no Brasil, aproximadamente 20 mil crianças nasçam com falta de oxigenação no cérebro em um período de 12 meses.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), essa condição ocupa a terceira causa de morte neonatal, representando 23% dos óbitos de recém-nascidos no mundo inteiro, além de estar entre as principais causas de lesão cerebral permanente em bebês nascidos com idade gestacional de 37 a 42 semanas.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), cerca de 10% dos recém-nascidos e mais de 60% dos prematuros precisam de ventilação pulmonar na sala de parto para restabelecer a respiração. Quando o procedimento é realizado por profissionais treinados, a partir de técnica adequada e ainda no primeiro minuto de vida, a maioria dos bebês se recupera.
A asfixia perinatal é uma realidade que atinge todas as classes sociais. Entre as sequelas neurológicas e déficits que podem surgir como consequência desse agravo, estão a paralisia cerebral, deficiência cognitiva, cegueira e surdez.
Apesar de não ser possível prever determinadas situações, muitos casos de asfixia perinatal podem ser evitados se houver assistência pré-natal de qualidade para a mulher e o bebê, além de uma assistência adequada ao recém-nascido na sala de parto.
O Sistema Único de Saúde (SUS) trabalha com uma série de estratégias para qualificação da atenção perinatal, que contempla ações obstétricas e neonatais. São elas:
- RAMI
A Rede de Atenção Materno Infantil (RAMI) visa à redução da mortalidade materna e infantil no País. São boas práticas de atenção obstétrica e neonatal, baseadas em evidências científicas, considerando a qualificação do pré-natal, parto, nascimento e seguimento da criança.
Entre as ações está a implantação de Ambulatório de Gestação de Alto Risco (AGAR); a implementação de leitos neonatais com cuidado progressivo; o seguimento do Ambulatório do Seguimento do recém-nascido de risco (ANEO); e a disponibilização de recursos para qualificação das maternidades de baixo risco.
- Estratégia QualiNEO
É a capacitação da gestão, das práticas clínicas e do monitoramento de indicadores neonatais para reduzir as taxas de mortalidade neonatal e qualificar a atenção ao recém-nascido nas maternidades. Dispõe de cursos EaD e especialização em enfermagem neonatal.
- Previne Brasil
É o novo modelo de financiamento da Atenção Primária à Saúde, focado em aumentar o acesso das pessoas aos serviços da APS e o vínculo entre população e equipe, a exemplo da captação precoce da gestante, qualificação do pré-natal para a gestante, o parceiro e o atendimento odontológico.
- Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (PNAISC)
O objetivo é promover e proteger a saúde da criança e o aleitamento materno mediante atenção e cuidados integrais e integrados, da gestação aos nove anos de vida, com especial atenção à primeira infância e às populações de maior vulnerabilidade, visando à redução da morbimortalidade e um ambiente facilitador à vida com condições dignas de existência e pleno desenvolvimento.
- Método Canguru
Trabalha, entre outros pontos, a neuroproteção do recém-nascido e a adaptação da família ao filho e suas demandas.
- Rede da Pessoa com Deficiência
O Centro de Reabilitação (CER) é um ponto de atenção ambulatorial especializado em reabilitação, que realiza diagnóstico, tratamento, concessão, adaptação e manutenção de tecnologia assistiva, constituindo-se em referência para a rede de atenção à saúde no território.
O foco está na melhoria da qualidade de vida das pessoas com deficiência, reinserção social, prevenção de problemas/agravos, detecção precoce de doenças e reabilitação do usuário.
- Cuidados na primeira infância
Durante a primeira semana de dezembro, o Ministério da Saúde divulga uma série de conteúdos sobre cuidados específicos na primeira infância, momento que contempla a faixa etária de zero a seis anos de idade. Acompanhe.
Fonte: Ministério da Saúde
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