Fotos: Ascom
Miguel Leão, a 97 km de Teresina, é a cidade menos populosa do Piauí, com uma população estimada em 1.239 pessoas em 2021, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Atualmente está sendo realizado o Censo Demográfico 2022, e como a cidade tem poucos habitantes, apenas uma pessoa realiza a coleta de dados.
A única vaga de recenseador ofertada na cidade foi preenchida pela moradora Naiara Araújo, que afirmou que está feliz em poder fazer a coletar os dados sobre o município onde mora. "É uma operação muito importante para o Brasil e eu queria contribuir de alguma forma e, agora, deu certo", afirmou.
Além de ser o município menos populoso do Piauí, Miguel Leão é também o 11° menos populoso do Brasil.
Conforme a estimativa de 2021, Serra da Saudade (MG) é a menos populosa do país, com apenas 771 habitantes. O Censo Demográfico 2022 atualizará esses dados e mostrará a posição atual da cidade em relação aos demais municípios do país.
História do município
A cidade foi instalada em 1962, e completará 60 anos de existência no próximo dia 9 de dezembro. Mas o povoado começou a se formar ainda na década de 1930, em torno de uma fazenda de propriedade de Miguel Área Leão, em cuja homenagem foi batizado o município.
Conforme a moradora do município e pesquisadora do tema, Maria da Paz Silva, a cidade nasceu fruto de um desejo do fazendeiro. "Antes tudo aqui era fazenda. Mas ele tinha o sonho de construir uma cidade para o povo dele, as pessoas que trabalhavam na propriedade", relatou.
Pesquisadora Maria da Paz Silva
Miguel Área Leão não viu o sonho se realizar - a cidade só foi emancipada após a morte dele. Altamira de Área Leão, filho do fazendeiro, herdou a propriedade e resolveu doar alguns hectares para que fosse instalado o município.
Na época, os moradores já desenvolviam atividades econômicas como agricultura e pecuária, o que deu impulso para criação da cidade. “Já havia algumas casinhas, todas de palha e, então, ele construiu a cidade para realizar o sonho do pai”, disse Maria da Paz.
Segundo ela, após a emancipação do município, muitas pessoas foram embora da cidade devido a divergências políticas e em busca de melhores condições de vida. Para a pesquisadora, que elaborou um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) sobre a história do município, a migração é uma das justificativas para a pequena população de Miguel Leão.
Apesar da pouca quantidade de habitantes, a cidade ganhou melhorias ao longo do tempo. "Antes só uma rua tinha calçamento, o restante eram todas de terra", lembrou a pesquisadora. “Não tinha uma casa com telha, só a casa do dono da fazenda. Mas, depois, foram criando projetos e construíram várias casas [de tijolo e com telhas]. Então aí foi se organizando melhor, porque, até então nem parecia uma cidade”, destacou.
Mas ela afirmou que ainda há muito a melhorar. “Para uma cidade que já tem 59 anos, ainda falta muito para evoluir", ponderou.
Com o Censo Demográfico, as autoridades terão números concretos e atuais que poderão subsidiar a elaboração de políticas públicas em prol do desenvolvimento de Miguel Leão e de todos os demais municípios do país.
Da Redação
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