Foto: Willian Moreira/Futura Press/Folhapress
O dólar opera em baixa frente ao real e alguns pares emergentes e ligados a commodities na manhã desta quinta-feira, após viés de alta pontual na abertura. Os ajustes no câmbio refletem uma realização após três altas seguidas frente o real em meio a um apetite leve por ativos de risco no exterior nesta manhã. O petróleo e minério de ferro em alta hoje favorecem a desvalorização do dólar também. O índice DXY do dólar ante seis moedas principais oscila perto da estabilidade e há pouco tinha viés de alta de 0,07%, a 106,64 pontos.
Os ajustes no mercado de câmbio são moderados em meio a expectativas por palestra do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto em evento do BTG Pactual (10h30), além de discursos dos dirigentes do Federal Reserve (Fed) de Kansas City, Esther George (14h20) e Minneapolis, Neel Kashkari (14h45)
Na quarta-feira, a ata do Fed sinalizou que o BC americano considera que em algum momento o ritmo das altas de juros será reduzido, para que se possa reavaliar o quadro na atividade e na inflação. Após a publicação do documento, a possibilidade de uma elevação de 50 pontos-base nos juros pelo Fed aumentou ontem à tarde, segundo monitoramento do CME Group, para 59,5%, de 52,5% pouco antes da ata. Já a possibilidade de uma alta de 75 pontos-base em 21 de setembro está em 40,5%, de 47,5% anteriormente.
Na avaliação da Capital Economics, o Fed não se compromete com o nível da próxima alta, mas a ata trouxe algumas sinalizações que podem ser interpretadas como dovish. O Goldman Sachs analisou que a ata indica que os dirigentes do Fed acreditam que "em algum momento" será apropriado diminuir o ritmo de aumento dos juros. "Isso é consistente com nossa previsão de que o Fed diminuirá o ritmo, subindo em 50 pontos-base em setembro e 25 pontos-base em novembro e dezembro para atingir um taxa terminal de 3,25-3,5%", diz o banco, em relatório enviado a clientes.
Em contrapartida, o Citi disse acreditar que, apesar de a ata do Federal Reserve (Fed) ter sido "bastante neutra", mais desenvolvimentos hawkish estão reservados. "Nosso cenário base permanece para um aumento de 75 pontos-base em setembro, com taxas de juros atingindo 4% no final de 2022 e permanecendo acima de 4% ao longo de 2023", prevê o banco, em relatório enviado a clientes.
O Banco Central inicia a rolagem dos contratos de swap cambial tradicional programados para 3 de outubro. O montante total do vencimento soma US$ 15,6 bilhões (311.260 contratos). No leilão de hoje serão ofertados até 15.000 contratos de swap cambial, equivalentes a US$ 750 milhões (11h30).
Às 9h37 desta quinta-feira, o dólar à vista caía 0,63%, a R$ 5,1373. O dólar para setembro recuava 0,57%, a R$ 5,1570.
Fonte: Estadão Conteúdo
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