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A pandemia mudou o mundo em vários aspectos. A necessidade do isolamento social comprovou que com um computador, celular e internet é possível trabalhar de casa Mostrou também que a tecnologia foi aliada em aproximar as pessoas por vídeo chamadas e foi entretenimento e escola para muitas crianças que precisaram ficar em casa. Mas, como consequência, o uso excessivo de toda essa tecnologia aumentou também os casos de síndrome do olho seco em todo o mundo.
Para agravar o quadro, o clima quente do Piauí potencializa o problema. “O clima seco da estação, com a baixa umidade, assim como a nova rotina de maior exposição às telas trazida pela pandemia da Covid-19, aumentou o risco de desenvolvimento do problema. Segundo estudo publicado pela The Association for Reasearch in Vision and Ophtalmology (ARVO), o olho seco foi considerado uma doença pandêmica, chegando a atingir 70% da população em diversas partes do mundo”, reforça Mateus Vilar, oftalmologista.
A síndrome do olho seco é uma doença crônica que se caracteriza pela diminuição da produção e/ou pela baixa qualidade da lágrima e não tem cura. Pode ser causada por fatores ambientais, de saúde e envelhecimento.
“A doença pode ser desencadeada pelo estilo de vida ou fatores ambientais, como tempo de tela, clima seco, exposição ao ar-condicionado e direção noturna. Além de outros fatores como envelhecimento, menopausa, cirurgia oftalmológica, uso de lentes de contato e de determinados medicamentos”, explica o médico.
De acordo com o especialista, apesar de não ter cura, possui tratamento. Por isso é importante que as visitas ao oftalmologista façam parte da rotina médica dos pacientes.
“Nem todo paciente com olho seco terá queixas e a intensidade dos sinais podem variar significativamente. Independentemente da causa, a maioria dos casos apresenta sintomas semelhantes como ardência, coceira, sensação de corpo estranho, fotofobia, cansaço ocular e vermelhidão que podem surgir isoladamente ou associados. Pode ocorrer ainda visão embaçada e sensação de ressecamento dos olhos”, ressalta Vilar.
Diagnóstico e tratamento
Para diagnosticar a síndrome, o exame clínico no consultório oftalmológico e exames que medem a produção, taxa de evaporação e qualidade da lágrima são realizados. É por meio deles que é possível avaliar a gravidade do problema para indicar o melhor tratamento.
O médico esclarece que “o tratamento vai variar dependendo da causa, gravidade do comprometimento e da condição da superfície ocular. Sendo assim, poderá ser necessário o uso de lubrificantes oculares e controle dos fatores do ambiente, uso de anti-inflamatórios, antibióticos e até cirurgias”.
O oftalmologista destaca ainda que identificar a causa é fundamental para o sucesso do tratamento e alerta que se não tratado adequadamente pode agravar o quadro.
“Alguns pacientes que não fazem o tratamento adequado ao longo da vida, depois de um certo período, podem ter úlceras de córnea relacionadas à não lubrificação, pois a córnea fica exposta. Isso pode evoluir até mesmo para alguns tratamentos cirúrgicos, onde é necessário fechar a pálpebra para que essa córnea possa ser regenerada adequadamente”, descreve Mateus Vilar.
O especialista relata ainda que muitas doenças oculares são assintomáticas ou apresentam sintomas apenas em estados avançados. Por isso, informa orientações importantes para a pessoas:
- Adotar o uso de umidificadores de ambiente
- Evitar que ar-condicionado e vento do ventilador fiquem direcionados para o rosto
- Programar intervalos
durante o uso dos eletrônicos
- Garantir a ingestão adequada de líquidos
- Evitar coçar os olhos
- Visitar regularmente o oftalmologista
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