Thiago Paulino terminou a prova do arremesso de peso da classe F57 (cadeirantes com lesão na coluna) como medalhista de ouro da Paralimpíada de Tóquio.
Thiago Paulino recebe medalha de bronze no pódio/Foto: Miriam Jeske/CPB
No entanto, horas depois, uma apelação da China fez com que as duas tentativas do brasileiro que superaram o chinês Guoshan Wu fossem consideradas inválidas, levando o brasileiro a ficar com a medalha de bronze.
Até agora, o Comitê Paralímpico Internacional (IPC) não revelou qual foi o teor da apelação chinesa ou qual foi a infração encontrada.
O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) pediu acesso ao vídeo no qual teria sido identificado o motivo para considerar as tentativas de Paulino inválidas, mas foi negado.
Ainda assim, o CPB tentou recurso, que não foi aceito. O órgão brasileiro disse ter analisado as imagens e não ter encontrado qual seria a infração.
Na prova, Thiago foi o último a arremessar. Na primeira tentativa, a única considerada válida, ele marcou 14,77m, marca que lhe daria o bronze. No arremesso seguinte, marcou 15,10m, superando o chinês Wu, que havia marcado 15m, e anotando novo recorde paralímpico.
O terceiro arremesso foi para 15,05m, enquanto o quarto e o quinto foram considerados inválidos já no momento da prova e o brasileiro escolheu não fazer o sexto, afinal, já tinha a medalha de ouro garantida.
"Como nada em minha vida nunca foi fácil, mais uma vez levei um golpe e muito forte! Não encontramos irregularidades em meus arremessos, mas de alguma forma a organização encontrou.
Por isso a medalha de ouro, que considero ser nossa, do Brasil, por direito, não está em nossas mãos", escreveu Thiago nas redes sociais.
Na cerimônia do pódio, o brasileiro demonstrou muita contrariedade, com o polegar para baixo, mexendo a cabeça em sinal de não, além de protestar erguendo o punho. O ouro ficou com o chinês e a prata com o também brasileiro Marco Aurélio Borges.
"Não é fácil, a pancada foi muito forte, mas em respeito a todos vocês que torceram muito por mim e todos que me apoiam, vou continuar na caminhada, pisando ainda mais forte.
Não é sobre o quanto você bate, mas sobre o quanto você aguenta apanhar", completou, citando o filme Rocky Balboa. O atleta ainda prometeu publicar um vídeo explicando o que teria acontecido e definindo como 'um dia lamentável para o esporte paralímpico'.
Fonte: Estadão Conteúdo
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