O Piauí registrou 98 mortes violentas por causas indeterminadas em 2019, de acordo com o Atlas da Violência, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
As mortes violentas por causas indeterminadas tiveram uma redução de 6,7% em relação a 2018, quando foram registradas 115 mortes por causas indeterminadas (MVCI), e uma queda de 36,8% em relação aos últimos 5 anos, de 2014 a 2019.
A taxa de mortes de causas indeterminadas no Piauí ficou em 3,0 para cada 100 mil habitantes em 2018, o que representa uma queda de 7,7% em relação a 2018, que foi de 4,7 para cada 100 mil habitantes.
Taxa de mortes de causas indeterminadas no Piauí ficou em 3,0 para cada 100 mil habitantes em 2018. (Foto: Rede MN)
No entanto, o recente aumento das mortes violentas por causa indeterminada (MVCI) no Sistema de Informações de Mortalidade reduz o conhecimento sobre a realidade atual e, em um estudo como este, entre outras coisas, prejudica a comparação com anos anteriores e a verificação da situação nas Unidades Federativas.
A categoria “Mortes Violentas por Causa Indeterminada” é utilizada para os casos de mortes violentas por causas externas em que não foi possível estabelecer a causa básica do óbito ou a motivação que gerou o fato, como sendo resultante de uma lesão autoprovocada (suicídio), de um acidente (inclusive de trânsito), ou de uma agressão por terceiros ou por intervenção legal (homicídios).
Em média, 73,9% das mortes por causas indeterminadas registradas no Brasil, entre 1996 e 2010, eram na verdade homicídios ocultos. (Foto: Reprodução)
Os estudos mostram que as MVCI abrigam óbitos por homicídios não registrados. Nesse sentido, gera preocupação o crescimento da proporção das MVCI em relação ao total de óbitos por causas externas. Essa proporção, após cair por um período de mais de quinze anos e alcançar 6,0% em 2014, começou a subir, atingindo 8,2% em 2018 e 11,7% em 2019.
Um crescimento brusco das mortes por causa indeterminada decorrentes de lesão provocada por violência é bastante preocupante e indica perda de acurácia das informações do sistema de saúde. Este fato, além de revelar a piora na qualidade dos dados sobre mortes violentas no país, permite também levar a análises distorcidas, na medida em que pode indicar subnotificação de homicídios.
O estudo produzido pelo Ipea estimou que, em média, 73,9% das mortes por causas indeterminadas registradas no Brasil, entre 1996 e 2010, eram na verdade homicídios ocultos.
A situação é mais grave no Rio de Janeiro, onde as MVCI representaram, em 2019, 34,2% das mortes por causas externas; seguida por São Paulo (19,0%) e Ceará (14,5%). Apenas de 2018 para 2019, houve no Brasil um crescimento de 35,2% no número de mortes violentas por causas indeterminadas, sendo esse aumento de 232% no Rio de Janeiro, 185% no Acre e 178% em Rondônia.
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