Com a situação de pandemia decretada, o governo tem tomado uma série de medidas para impedir o avanço do Novo Coronvírus. Dentre as ações que estão sendo adotadas estão os decretos emergenciais e as ações para o isolamento social dos indivíduos. A população privada de liberdade (presos) também está inclusa nesta medida. As visitas presenciais de parentes estão proibidas em todos os presídios do estado e, para além disso: o poder público decidiu também proibir a entrada de alimentos vindos de fora dos presídios.
Isto, porque o vírus pode se espalhar através de gotículas de secreção do corpo e as embalagens dos alimentos podem se tornar verdadeiros abrigos para o Coronavírus caso uma pessoa infectada toque em sua superfície. Um estudo dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), da Universidade da Califórnia, de Los Angeles e de Princeton, mostra que o vírus pode sobreviver até três dias em superfícies de aço inoxidável e plástico. Em superfícies de papelão, ele pode sobreviver por até um dia.
Daí a necessidade de proibir a entrada de alimentos vindos de fora do sistema prisional. Como se trata de um ambiente de aglomeração, se um preso for contaminado, a doença pode se alastrar rapidamente por toda a população carcerária e até mesmo para os funcionários que trabalham nos presídios.
Quem explica em detalhes é o médico infectologista e professor de Doenças Infecciosas da Ufpi, Carlos Henrique Costa. “A contaminação se faz através da tosse e de secreções do corpo. O vírus, ao se transmitir por gotículas, pode se depositar sobre pacotes, sobre embalagens, entre elas, aquelas que carregam alimentos que são levados aos internados. É por esta razão que estão sendo tomadas essas medidas não só no Piauí, como no Brasil e em todo o mundo. É impedir a entrada de alimentos das famílias para os presos a fim de evitar a transmissão lá dentro do cárcere e a eventual devolução dessa infecção para seus familiares”.
Vale lembrar que os ambientes dos presídios, além de serem aglomerados de pessoas, também são, muitas vezes, considerados insalubres. A própria Defensoria Pública do Piauí está pleiteando na Justiça um habeas corpus coletivo para aplicar medidas penais alternativas aos presos provisórios que compõem o grupo de risco ao Coronavírus. São eles idosos, quem apresente comorbidades associadas e os presos com tuberculose.
A medida ainda não foi julgada pela justiça. Mas até lá, todas as visitas presenciais aos presos no Estado estão suspensas e sendo substituídas por videoconferências com os familiares.
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