Depois de uma paralisação que durou 12 dias, policiais militares do Ceará decidiram encerraram na noite deste domingo (1º) o motim e aceitaram voltar às ruas a partir desta segunda-feira (2). Representantes dos PMs e do governo cearense fizeram um acordo que prevê que policiais terão direito a um processo legal sem perseguição e definiu pela criação de uma comissão externa envolvendo OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Defensoria Pública e Promotoria para acompanhamento.
(Foto José Cruz/Agência Brasil)
Segundo o governo, não há abrandamento das penas aos amotinados. Também ficou acertada a garantia de que o governo investirá R$ 495 milhões com salários de policiais até 2022. Os policiais devem esvaziar os quartéis até a 0h desta segunda-feira e se apresentarem às 8h para trabalhar. Não está prevista anistia, que era um dos principais pedidos da categoria. A reportagem confirmou a informação com representantes de policiais nas negociações.
O movimento dos policiais militares teve início dia 18, o que fez explodir a criminalidade no estado nos dias seguintes. No dia anterior ao início da paralisação, o estado tinha registrado cinco crimes violentos. A média diária saltou para 28 nos dias seguintes, com mais de uma morte por hora.
(Foto José Cruz/Agência Brasil)
Entre o dia 19 e o dia 24 foram registrados 170 assassinatos no Ceará. Depois, o estado decidiu não divulgar mais os dados. Argumentou que a divulgação ocorria de forma extraordinária e que o setor responsável voltaria ao trabalho habitual de consolidar os números mensais e que, com o fim do Carnaval, havia um acúmulo de trabalho no setor de estatística.
A negociação entre a comissão formada pelos três Poderes do Ceará e os policiais militares travou na sexta-feira (28), quando o governo do estado rejeitou anistiar os policiais paralisados. Era uma das 18 reivindicações dos policiais enviadas no dia anterior. Uma nova proposta foi feita pela comissão e apresentada à categoria, que a levou a votação na noite deste domingo e foi aprovada pelos policiais.
Fonte: Folhapress
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