Mesmo após o Ministério da Educação (MEC) anunciar, nesta segunda-feira (30), a liberação de parte dos recursos federais contingenciados no primeiro semestre, a situação do Instituto Federal do Piauí (IFPI) ainda é considerada crítica. Isso porque, os recursos desbloqueados não são suficientes para honrar todos os compromissos da instituição.
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No IFPI, dos R$ 22,3 milhões bloqueados, apenas R$ 9,5 milhões voltaram aos cofres da instituição. Segundo a Pró-Reitoria de Administração do instituto, a verba não é suficiente para fechar o ano e será utilizada apenas para honrar certos compromissos, como o reforço dos contratos de vigilância e limpeza dos campi. Ao todo, a instituição possui 21 unidades, incluindo duas em Teresina.
Distribuição dos campi do IFPI no Piauí. (Foto: Reprodução/IFPI)
“Isso apenas no mês de outubro e novembro. Não será aplicado em nenhuma outra atividade, seja de pesquisa, extensão ou visitas técnicas. Para essas, seria necessário no mínimo mais R$ 4 milhões”, informa o pró-reitor de Administração do IFPI, Paulo Borges.
Segundo o pró-reitor, sem recursos suficientes não há como investir em ensino, pesquisa e extensão, os pilares fundamentais da instituição. Para a administração da instituição, o ano de 2019 é considerado um “ano perdido”.
“Estamos apenas vegetando. Em seis anos que estamos à frente, esse é um ano completamente atípico, temos que esquecer e tomar algumas medidas para que no próximo ano não passemos esse sufoco, mas pela sinalização que o Governo Federal está dando para o ano que vem, achamos que em 2020 não vá ser diferente”, avalia.
Campus do IFPI localizado no Centro de Teresina. (Foto: Arquivo O Dia)
Faltando apenas três meses para o final do ano letivo, o pró-reitor avalia que o prejuízo para o ensino é incalculável, já que não haverá tempo hábil ou verbas para recuperar as atividades que foram paralisadas ao longo do ano. “Se tira recurso daquilo que fomenta o desenvolvimento do Estado, que fomenta a transformação do ser humano, o prejuízo é enorme. Porém, o governo exige e só nos resta nos adequar”, finaliza.
Sobre as bolsas de incentivo à pesquisa, a Pró-Reitoria de Adminsitração do IFPI informa que todas as bolsas pagas pelo instituto foram mantidas. No entanto, não há como mensurar a quantidade de bolsas congeladas após cortes no CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), uma vez que os contratos são mantidos diretamente com os discentes.
UFPI
A reportagem do O DIA entrou em contato com a Coordenadoria de Comunicação da Universidade Federal do Piauí e solicitou informações sobre as verbas desbloqueadas para a instituição de ensino superior. No entanto, até o momento, a UFPI não informou o valor desbloqueado e afirmou que o destino dos recursos ainda será definido em reunião no final da tarde de hoje.
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