Neste domingo (01) milhares de pessoas participaram da 18ª Parada da Diversidade de Teresina, que trouxe o tema “Rexistirmos – a que será que se destina?”, uma mensagem contra a intolerância e pela resistência da luta em busca de direitos.
Além da causa LGBTT+, a parada trouxe a mensagem contra a intolerância religiosa e conservadorismo da sociedade brasileira.
De acordo com a coordenadora do Grupo Matizes, Marinalva Santana, o evento é uma forma de mostrar a existência de uma parcela da população que ainda sofre com o preconceito, discriminação e a intolerância. O temor é que a onda de conservadorismo e intolerância façam retroagir os direitos já adquiridos e as conquistas do movimento.
“Acreditamos que em um contexto de retirada de direitos e aumento do conservadorismo resistir é a melhor resposta contra a ameaça do fascismo, contra a ameaça do fundamentalismo religioso que nos assombra cada dia mais”, afirma.
Marinalva Santana, coordenadora do Grupo Matizes. (Foto: Elias Fontenele/O Dia)
Ainda segundo a coordenadora, pelo menos 100 mil pessoas participaram do evento, seguindo a média de público dos últimos anos. As religiões de matriz africana também estiveram representadas na avenida e reafirmaram o discurso de igualdade de direitos e o respeito em um ato no início do desfile. Para o Babalorixá Di Logumede o evento marca um pedido de paz e em favor do respeito.
“Quando falamos de diversidade, orgulho de ser, devemos ter o amor, amor ao próximo como a si mesmo. Tanto a religião de matriz africana, como as pessoas homoafetivas, que sofrem intolerância, sofrem preconceito, essa caminhada não é só pra quem é homossexual essa caminhada está enaltecendo a bandeira do respeito, do amor, principalmente amor ao próximo”, comentou o líder religioso.
Religiões de matriz africana participaram da Parada da Diversidade. (Foto: Elias Fontenele/O Dia)
Para quem participou na avenida, a parada da diversidade é uma forma de pedir o fim da intolerância, como o caso da estudante de design Sarah Evelin, que já foi vítima de preconceito . É o segundo ano que ela participa e vê na representatividade do evento uma forma de mostrar para a sociedade que os direitos devem ser iguais para todos e o respeito deve prevalecer.
“É um evento que traz muita representatividade pra um grupo que não tem isso na mídia e é muito importante ver todo mundo reunido, lutando pela mesma causa”, diz Sarah.
Sarah Evelin revela que já foi vítima de preconceito e participa pela segunda vez da Parada da Diversidade. (Foto: Elias Fontenele/O Dia)
Além da mensagem, o evento traz consigo o trabalho de pessoas como o senhor Edilson da Costa, que é natural do estado do Pará. Edilson trabalha como ambulante todos os anos na Parada da Diversidade e reconhece a luta e diz que somente respeitando o espaço de cada um é possível chegar a uma sociedade mais pacífica.
“Todo mundo tem seu espaço, então a gente tem que respeitar o espaço de cada um. Todos os eventos que podem dar um retorno pra um pai de família ganhar o seu pão são válidos. Estão aqui o vendedor de cerveja, vendedor de água, eu optei por vender bandeiras, então é válido, respeitando o espaço de cada um”, diz Edilson.
Edilson da Costa, vendedor ambulante, vem todos os anos para a Parada da Diversidade. (Foto: Elias Fontenele/O Dia)
A Parada da Diversidade encerrou com show da cantora carioca Sandra de Sá no estacionamento da Ponte Estaiada.
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