O campus da Universidade Estadual do Piauí (Uespi), Professor Possidônio Queiroz, em Oeiras, começou a semana fechado. O fechamento dos portões foi decidido em assembleia geral com professores e alunos na última sextafeira (20). O motivo, segundo o professor doutor Harlom Homem, é devido a não resolução de problemas antigos. O professor destaca que as reivindicações da comunidade acadêmica foram repassadas para a administração superior ainda no início do ano e, mesmo após um período de greve, nada foi feito.
“Primeiro a questão do curso de Matemática que está sem nenhum professor, as vagas estão abertas após não serem preenchidas no concurso e não há previsão de um novo edital. Outra questão é o reconhecimento dos cursos e encaminhamento para abertura de novas turmas. Outro problema que se arrasta é do novo campus de Oeiras, onde milhões de reais já foram desperdiçados e era para ter sido entregue em 2017 e, até agora, está em construção”, lista Harlom.
O professor também relata que os estudantes estão procurando resposta para o pagamento das bolsas atrasadas. Além do que, os docentes estão doentes psicologicamente por causa da falta de estrutura de trabalho e preocupados com a situação do campus. A acadêmica de licenciatura plena em letras português, Evanice Fernandes, diz que se sente desprezada pelo Governo do Estado, pois as bolsas estão atrasadas e não há um ensino de qualidade.
“Nós estamos sem auxílio alimentação, não temos pesquisas e extensão. Todos os cursos da instituição estão negligenciados, então nós nos sentimos desprezados, esquecidos pelo Governo. Nosso campus está caindo aos pedaços, não temos ambiente para estudo, a obra do novo campus está parada há dois anos. Somos esquecidos pelo Estado”, lamenta a estudante do 8° período.
Um dos problemas apontados pela comunidade diz respeito ao novo campus, cujas obras estariam paradas há dois anos - Foto: Divulgação
Contraponto
Procurada pela reportagem, a Universidade Estadual do Piauí (Uespi) esclarece que, no último concurso realizado em 2017, não houve aprovados/ classificados para o curso de Matemática. A Administração Superior vem buscando, junto ao Governo do Estado, mantenedor da universidade, soluções para minimizar e/ou acabar com esse problema.
Após a última greve da categoria, no início deste ano, duas comissões foram criadas, sendo uma delas formada por representantes da categoria dos docentes, Administração Superior e o Governo para pensar questões relacionadas ao concurso público, no sentido de preencher todas as vagas em aberto. Segundo informações repassadas pelo Governo do Estado, a realização de um novo concurso não é possível por conta da Lei de Responsabilidade Fiscal e pelas dificuldades financeiras que o Estado enfrenta.
Em relação à reforma/construção do novo campus de Oeiras, a Uespi informa que as obras foram retomadas em setembro e “assim esperamos que ela seja concluída o mais breve possível para atender as demandas da comunidade acadêmica da cidade”.
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