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9 de set. de 2019

Com 9,5 mil roubos em seis meses, Polícia lança programa de combate



Somente no primeiro semestre de 2019, a Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP/PI) registrou 9.537 roubos na capital, com exceção dos roubos de veículos e latrocínios. Devido ao alto índice dessa prática criminosa em Teresina, a Polícia Civil, por meio da Delegacia Geral, lançou nesta segunda-feira (09) o Programa de Combate ao Roubo. 

A ação visa identificar, localizar e prender indivíduos contumazes no crime de roubo na Capital.

Segundo o delegado-geral Lucy Keiko, o roubo é o crime mais registrado nas delegacias de Teresina, em especial o roubo de aparelhos celulares, que representa 80% dos boletins de ocorrência registrados sobre essa prática criminosa. 

Por isso, a partir deste mês, a Polícia Civil irá desenvolver uma série de ações para dar mais eficiência às investigações relacionadas a esses delitos.


Segundo o delegado-geral Lucy Keiko, o roubo é o crime mais registrado nas delegacias de Teresina. (Foto: Assis Fernandes/O Dia)


Em Teresina, os crimes de roubo são praticados diariamente em paradas de ônibus, residências ou em vias públicas. Pela legislação, se enquadram nessa prática a subtração de objetos mediante violência ou grave ameaça. 

“São crimes graves que, além de trazer um prejuízo patrimonial, também geram um dano psicológico às vítimas. Estamos observando que os latrocínios que ocorrem em Teresina, quase em sua totalidade, são praticados por esses indivíduos que cometem esses pequenos roubos”, declara, acrescentando que o Centro de Teresina é o bairro com maior número de ocorrências.

A primeira das ações diz respeito à integração do banco de dados dos Distritos Policiais de Teresina. 

“Nós vamos integrar os distritos, dando uma maior atenção à questão do banco de dados, para fornecer informações a esses policiais, para que eles tenham como se comunicar, tenham como implantar uma investigação bem qualificada nesse sentido”, explica.


O delegado Sebastião Leal, o secretário Fábio Abreu e o delegado Lucy Keiko discutem ações do programa. (Foto: Assis Fernandes/O Dia)

Outro ponto impactado pelo programa é o aumento da quantidade de inquéritos instaurados e das representações pelas prisões preventivas de indivíduos com histórico nesse tipo de ocorrência. 

Para o delegado-geral, é importante que indivíduos presos pelo crime de roubo tenham a prisão preventiva representada perante o Tribunal de Justiça, para impedir que os suspeitos voltem a praticas novos crimes. 

Para isso, a Polícia Civil pretende estreitar as relações com o Poder Judiciário para que a prisão de indivíduos com múltiplos processos por roubo seja comunicada de forma mais célere e a prisão preventiva seja decretada.

“Estamos estabelecendo que toda vez que se identificar um indivíduo com antecedentes criminais por essa prática de crime, o delegado vai informar em todas as Varas Criminais que ele responde por aquele processo, para que o juiz decrete a prisão preventiva também nos outros processos”, afirma o delegado-geral Lucy Keiko.

Segundo ele, outro caso importante vai ser o incremento da recuperação de objetos roubado, não só pra recuperar o objeto, mas pra inibir os receptadores. 

“Logicamente quando você recupera o objeto roubado você tende a chegar a autoria daquele crime. Por isso, temos a Deccoterc [Delegacia Especializada de Crimes Contra a Ordem Tributária, Econômica e Contra as Relações de Consumo] auxiliando na recuperação de celulares roubados”, destaca Lucy Keiko.

A otimização das ações da Polícia Civil deve ser feita ainda pela adesão voluntária de 45 policiais civis ao Programa de Combate ao Roubo. Ao adentrar no programa, os policiais deverão receber pagamento extra e poderão trabalhar nas horas de folga, cumprindo mandados e realizando investigações no intuito de combater os roubos na capital. 

Para isso, o secretário de Segurança Pública, o capitão Fábio Abreu, explica que a delegacia-geral irá destinar parte dos seus recursos para o pagamento dos policiais envolvidos no programa. 


A otimização das ações da Polícia Civil deve ser feita ainda pela adesão voluntária de 45 policiais civis. (Foto: Assis Fernandes/O Dia)


O secretário frisa ainda que, para que a Polícia Civil tenha dimensão do número de crimes praticados na Capital e possa desenvolver ações efetivas de combate a essas ações criminosas, é importante que a população compareça aos Distritos Policiais para registrar os boletins de ocorrência. 

“Esse grupamento é específico para roubo e furto, e vão tratar dessa natureza sem dispensar as ações diárias dos Distritos. O objetivo é somar forças para que a gente possa dar uma resposta mais eficiente para aquilo que a população tem mais reclamado, que é o roubo e o furto, principalmente de produtos eletrônicos”, enfatiza.


Secretário pede que a população comunique os crimes de roubo às autoridades. (Foto: Assis Fernandes/O Dia)



Os coordenadores do programa serão os delegados de polícia civil Sebastião Alencar e Matheus Zanata, gerentes de polícia metropolitana e especializada, respectivamente. O Programa de Combate ao Roubo será coordenado do prédio sede da Delegacia Geral.

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