Em 2018, Victor Bolt cruzou o planeta para se aventurar no mundo chinês. Por lá, se destacou com a camisa do Heilongjiang Lava Spring na segunda divisão do país. As dificuldades, por sinal, foram maiores fora do que dentro dos gramados.
Isso porque o ex-jogador do Vasco e do Goiás sofreu nas mãos de quem mais deveria ajudá-lo por lá: o tradutor.
- Ele não gostava de trabalhar e dificultou um pouco. Ele traduzia as coisas no treino. Mas, se precisasse de alguma coisa fora do treino, ele não ajudava. Perguntava algo para ele, e ele já falava que não tinha, que não tinha como ou algo do tipo. Ele nem procurava saber se tinha, se poderia conseguir. Quando eu fui conversar sobre a renovação de contrato, eu fiz um pedido: troca o tradutor - recorda.
E pior: Victor Bolt revelou que ainda foi enganado pelo tradutor chinês durante a locação do apartamento na cidade de Harbin, onde segue morando atualmente.
- Ele me levou dinheiro, para não falar que me roubou. Quando fui alugar o apartamento, ele saiu para procurar. Arrumou dois e disse que era 3.500 mil renminbis. Que o clube só ia pagar 2 mil e que os outros 1.500 mil eu teria que pagar. Só que o aluguel era 2 mil, e ele ficou com o dinheiro restante - revelou.
O problema só foi resolvido quando Victor Bolt desconfiou do tradutor durante o pagamento do dinheiro do aluguel para a proprietária do imóvel.
- Fui lá tirar o dinheiro e dei mil a menos para ele para ver o que ele faria. Se ele fosse passar o dinheiro mesmo para a proprietária, ele ia ver que estava faltando. Ele não disse nada, aí eu vi que era 171. Perdi um total de 9 mil renminbis, o que dá mais ou menos R$ 4 mil - lamenta.
Apesar do episódio, Victor Bolt vive um dos melhores momento da carreira na China. Em 2018, foi um dos principais destaques do Heilongjiang Lava Spring, marcando oito gols na temporada, apesar de ter atuado como primeiro volante.
Tanto que teve o contrato renovado por mais um ano com a equipe. O novo vínculo vai até o dezembro de 2019.
- Estou muito feliz, de contrato renovado e com muita motivação para fazer um segundo ano ainda melhor que o primeiro. A minha primeira experiência foi um pouco complicada no inicio, mas, aos poucos, fui me adaptando - disse.
Além dos problemas com o tradutor, Victor Bolt conta que também sofreu com a adaptação na China, principalmente por conta da alimentação. - Problemas temos em qualquer lugar do mundo, temos que saber lidar com eles da melhor forma possível e tentar superar. Cheguei aqui e o time estava em pré-temporada. Só tinha comida chinesa no hotel, e eu passei um pouco de dificuldade, pois não gosto de pimenta. E, na comida deles, o tempero deve ser pimenta. É tudo muito apimentado e isso dificultou um pouco. Só que, aos poucos, eles entenderam que eu não conseguia comer e deram um jeito - relembra.
Em 2018, o Heilongjiang Lava Spring terminou a segunda divisão na sétima posição e, com isso, disputará a competição mais uma vez nesta temporada.
Além do Vasco, no Brasil, Victor Bolt também defendeu Madureira, Bahia, Olaria, Portuguesa, Vila Nova e, recentemente, o Goias. Aos 31 anos, tem na bagagem um Campeonato Carioca e um Goiano.
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