A maior bacia hidrográfica do Nordeste, o rio Parnaíba, tornou-se depósito de carcaças de celulares e outros dejetos eletrônicos. Recentemente, um vídeo denunciou a situação do lixo depositado às margens do rio ao lado do Troca-Troca e em frente ao Shopping da Cidade, locais considerados cartões-postais de Teresina.
Centenas de peças de aparelhos celular, de TVs em tubo, tablets e demais objetos foram lançados no local. Tem-se encontrado de tudo, além de garrafas de vidro e de plástico, latas, sacolas, copos descartáveis, peças de veículos e até mesmo um sofá inteiro. Basta o nível da água do rio baixar para se observar a quantidade de lixo que é jogado pelos feirantes e população, que deveriam zelar pelo local. Relatos indicam que são os próprios comerciantes de assistências de smartphones do shopping os responsáveis pelos resíduos.
Para a professora em Geografia e ambientalista da Universidade Estadual do Piauí (Uespi), Suzete Sousa Feitosa, o abandono favorece diversos crimes ambientais e coloca em risco os recursos naturais do Velho Monge.
“O ser humano vem, cada vez mais, degradando o meio ambiente. A população tem que acionar os órgãos competentes, sejam a Semam, Semar e Polícia Ambiental, para realizarem fiscalizações, mesmo se forem poucas. A mata ciliar do rio está deteriorada e a poluição prejudica ainda mais o Parnaíba”, elenca a pesquisadora.
Da estação do metrô na Praça da Bandeira, o aposentado Osriel Barros, 73 anos, residente de Fortaleza, não concorda com o lixo às margens do Parnaíba. "Não concordo e as pessoas sabem que não podem [jogar lixo]. As pessoas são ignorantes porque elas não veem que ali é uma passagem que vai e volta de uma margem a outra", relatou.
"Isso é errado, traz sujeiras para a população e polui o ambiente em que a gente vive. Acredito, se todo mundo se conscientizasse, teríamos um ambiente melhor, uma cidade mais bonita e com um ar mais agradável. Eu estava olhando e acabando de dizer para minha colega, uma paisagem tão bonita, mas ao mesmo tempo se torna feia pelo próprio ser humano", conta, em tom de indignação, a vendedora Leogana Nascimento, 30 anos.
Procurada para esclarecer sobre a denúncia, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semam) enviará uma equipe para vistoriar a área nesta quarta-feira (09). A Semam ainda informou que o trabalho deve ser feito periodicamente. O órgão ressaltou também que é preciso a colaboração de todos.
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